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2009!

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Certamente muitos de vocês vão se perguntar o que significa o “desenho” acima, que na verdade é um ideograma chinês que pode significar “crise” ou “oportunidade”. Gostaria, no entanto, comentar em primeiro lugar o conteúdo de um e-mail que recebi esta semana e que me preocupa bastante, em relação ao que acontece neste planeta e, especificamente no Brasil. Diz este e-mail: “2009 SERÁ UM ANO MUITO CANSATIVO” e continua assim:

Programe-se desde já!

Feriados 2009 – Brasil

Enumerados todos os feriados, teremos, 13 Feriados em dias úteis. Se somarmos aos feriados (sábados/domingos e enforcarmos quando cair na ter/qui, teremos 44 dias de feriadões!) O ano tem 365 dias, são 52 semanas, portanto 104 dias de descanso, você tem mais 30 dias de férias, são 13 feriados em 2009, "enforcando" somamos mais 5 dias, assim iremos trabalhar somente: (365 - (104+30+13+05)) = 213 dias. Isso significa que só trabalharemos 58,35% do ano, ou 1.704 horas das 8.760 horas que tem 01 ano, ou seja, nós trabalhamos somente 19,45% das horas do ano. (Não estão computados nestes feriados os feriados “especiais” de Carnaval no Nordeste e no Rio de Janeiro, as festas juninas nos diversos centros nordestinos, as “Micaretas”, os feriados gaúchos e catarinenses, bem como os feriados locais de aniversário das diversas cidades do Brasil ou de seus herois). E você ainda quer mais descanso? Reclama do quê?

E depois falamos de “crise, ou de” turbulências “, reclamamos que a gráfica não tem lucratividade. Chegamos a 2009. – A conjuntura econômica apresenta sinais díspares. Assim como chega, vai embora. Pode demorar um pouco mais para uns do que para outros. O gráfico que tiver a cabeça no lugar e não entrar em pânico poderá além de sobreviver, vislumbrar até progresso, poderá crescer na recessão, poderá superar esta “crise” aproveitando as “oportunidades” dadas pelo mercado. Para isso terá no entanto que seguir algumas regras. Dizia Nizan Guanaes, nos idos de 1990, que existem os empresários que choram, enquanto que os outros fabricam e vendem lenços. Pelo que tenho lido, principalmente em relatórios do FMI, Banco Mundial e em artigos de famosos jornalistas econômicos dos USA, Europa e Brasil, a crise terá uma duração mínima de 6 a 9 meses, quando deverá amainar lentamente. Aqueles que estiverem estruturados, não terão que esperar tanto tempo. Teremos que trabalhar com afinco para que a nossa gráfica supere rapidamente estes tempos difíceis. Sempre é possível descobrir caminhos promissores mesmo que estes estejam escondidos nestes momentos menos favoráveis. Isso é o que diz a milenar sabedoria chinesa, em que crise e oportunidade se complementam na mesma palavra, formada pelos dois ideogramas acima. Amália Sina em seu livro “Crise e Oportunidade” (Editora Saraiva), diz: “A crise é uma porta para a autodescoberta. Somos forçados a buscar soluções, a rever posições, a arriscar e conquistar novos territórios. Não porque queremos, mas porque não existe outra possibilidade” e continua: “A pressão emocional dispara dentro de nós o instinto natural de lutar para vencer. Nas adversidades, desenvolvemos a força interior, responsável por nossas vitórias. Sem crise, a vida seria como o mar sem as ondas”.

Quando chega um novo ano e dentro de um mês estaremos entrando em 2009, a maioria das pessoas procura sempre renovar velhas promessas e intenções que nunca conseguem cumprir, porque não têm um plano de ação que as leve aos resultados desejados, ainda mais neste momento onde a crise mundial, nos deixa bastante inseguros. De certa forma a história continua sempre a mesma, mudando-se apenas os personagens. O momento atual na nossa cinzenta economia, que realmente não é mais uma simples “marola”, nos leva a buscar soluções de sobrevivência e eventualmente até bons resultados, sendo que alguns gráficos estão enxergando um universo mais otimista para suas empresas. Apesar disso, entendo que o mundo é dividido em dois tipos de pessoas: os motivados que fazem... E os desmotivados que sempre reclamam. Porém, não adianta ficar na irresponsabilidade da lamentação, precisamos construir resultados a partir de um plano de negócios. Os otimistas quase sempre enxergam oportunidades nas dificuldades e os pessimistas enxergam dificuldades nas oportunidades.

Mas o que devemos fazer na prática para sobreviver a este “tsunami”? Em conversas com donos de grandes gráficas tenho percebido que acreditam na inovação tecnológica e de gestão bem como no treinamento próprio e de seu pessoal como prioridade. Encontrar novas fórmulas e caminhos mais inteligentes e constantemente inovar em sua estratégia, pode ser uma saída segura. Fundamentalmente teremos que fazer uma reciclagem em nosso planejamento estratégico e ficar de olho (com lupa) no nosso fluxo de caixa.

Com a economia instável como é o caso neste momento, os impactos sofridos pelas nossas gráficas serão diversos e se darão rapidamente. Portanto, luta-se contra o tempo. A velocidade nas mudanças é uma das grandes características das empresas que se manterão no mercado com um novo modelo de operação. Infelizmente, meu amigo, não existe mais posição confortável e as gráficas que não buscarem seu realinhamento enfrentarão um risco maior de sair do mercado. Portanto mãos a obra e comecem desde já a trabalhar com afinco. Aqui algumas diretrizes básicas:

  • Faça uma revisão em seus custos fixos imediatamente.
  • Analise a sua oferta ao cliente, revendo o custo dos materiais e de serviços e feche o preço, com base em Lucro e Contribuição Marginal.
  • Analise diariamente a performance das vendas e de sua equipe.
  • Refaça sua política de Compras. Amplie o número de fornecedores.
  • Seja muito rígido no item Qualidade de Materiais e Processos.
  • Faça o seu PCP funcionar sem desvios e sem “bypass”.
  • Implante Boas Práticas com Normas e Procedimentos.
  • Analise diariamente sua produção e produtividade.
  • Reduza os desperdícios de material e horas improdutivas.
  • Faça o Pós-Cálculo de cada Ordem de Serviço.

Poderíamos enumerar mais uma série de procedimentos, onde naturalmente a análise do fluxo de caixa e o controle financeiro estão em primeiro lugar. O dono da gráfica precisa ter os horizontes bem abertos, enxergar valores, reter seus melhores funcionários, ter disposição para reaprender, capacidade de se adaptar, equilíbrio e coerência entre discurso e prática. Não vá atrás do que “os colegas” estão fazendo ou falando. Controle a sua própria gráfica estabelecendo seus próprios critérios. Se necessitar de ajuda, procure um consultor, seu sindicato, a Abigraf ou a ABTG.

Neste ano de 2009 teremos tudo para construir a grande diferença, seja no na área gráfica, ou seja, na economia como um todo. Sabemos que passamos por momentos difíceis. Qualquer leigo sabe hoje que o nosso país deveria estar crescendo pelo menos 4% ao ano, o que em função da situação global não deverá acontecer. Más, cresceremos sim! Será que não temos tecnologias? Será que ficamos obsoletos? Nada disso... O nosso país está muito próximo de se tornar em poucos anos, uma das maiores economias do mundo. Isso depende também de você!

* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)