A gráfica em 2013 - Uma história de Natal

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Chegamos ao final do ano e é hora de fazermos o balanço do que foi 2012 e pensar nas previsões para o ano que logo se inicia. O que pode acontecer a partir de agora? Não é só virar a folhinha e trocar o calendário para 2013, mas não devemos ter visões de pessimismo para o próximo ano, embora tudo dependa de nós, empresários gráficos. O cenário econômico nacional e internacional, mudou muito pouco sendo que os economistas acreditam num crescimento do PIB em torno de no máximo 3% a 3,5% em 2013. Teremos inflação que esperamos não supere a casa dos 6% a.a.

A Indústria gráfica vai sobreviver, porém não serão todos. Só sobreviverão os que gerirem as suas empresas com consciência, investindo principalmente no fator humano, ou seja, no aperfeiçoamento da mão de obra e no treinamento dos que lidam nas posições-chave, ou seja, Gestão, Vendas, PCP, Custos e Qualidade. Fala-se em baixo crescimento das gráficas. Será possível escapar desta "armadilha" do baixo crescimento?

Eu diria que sim, se tomarmos as precauções de reduzir os custos de forma generalizada. Tomar precaução, no entanto, não significa resolver o problema. Aconselhamos implantar o sistema de Boas Práticas, que irá analisar e reformular todos os setores da empresa, desde vendas, passando pelos custos, PCP, pelos diversos setores administrativos e naturalmente pela produção.

Um gráfico estava se queixando amargamente, quando repentinamente surge o Papai Noel. Papai Noel diz ao gráfico: "Você ainda não carregou este saco cheio de brinquedos nas costas percorrendo milhões de casas nesta época do ano", brincou o velhinho dando boas risadas. O gráfico retrucou dizendo que esta profissão é uma dureza, pois têm que aguentar a reclamação dos clientes, a pressa das entregas, a baixa qualidade de seus funcionários, os erros de cálculo do orçamentista e além de tudo os problemas da falta de atenção dos operadores de máquina, que nem ao menos, leem a ordem de serviço. Disse o gráfico ao Papai Noel: "É uma profissão falida e estamos entrando em uma barca furada, onde só os clientes têm razão, os vendedores só querem comissão e o prejuízo fica conosco".

Nossa! Diz Papai Noel. A coisa está assim tão feia para os gráficos?, mostrando-se muito interessado. Infelizmente sim, diz o gráfico. Falta boa mão de obra, gráficas fecham a todo instante, nossos colegas fazem preços que não entendemos, inclusive abaixo de nosso custo de material e temos que concorrer com cerca de 20 mil gráficas em nosso país fora as gráficas do exterior. Papai Noel então pergunta: você é proprietário ou proletário? O gráfico responde: Graças a D'us tenho a minha gráfica mas é uma cruz que carrego todo santo dia Papai Noel, uma cruz muito pesada! Imagine você, Papai Noel, que trabalho 14 horas por dia para ganhar uma merreca no final do mês. O vendedor não da à mínima satisfação, o cliente reclama comigo, a secretária falta, o impressor estraga o serviço e por aí vai...

Papai Noel olha para o gráfico com muita pena e pergunta: "O que o bom velhinho pode fazer por você?" O Gráfico responde: Quero outra profissão, ser Médico, Padeiro, Açougueiro, menos continuar gráfico. Papai Noel responde: E você acha que mudando de profissão a sua vida vai melhorar? Acho que sim, responde o gráfico. É minha última esperança. Então Papai Noel pensou muito, andando pela gráfica, por entre as máquinas e a sujeira no chão e, repentinamente teve uma ideia e disse ao gráfico: "Vou te dar um presente especial"! Remexeu em seu saco vermelho, repleto de brinquedos e tirou uma caixinha que deu ao gráfico. Este abriu a caixinha todo surpreso, olhou o que tinha dentro e, demonstrando certa decepção perguntou ao Papai Noel: "São um par de óculos! O Senhor acha que vão me ajudar?". Papai Noel responde: Não são simples óculos. São os óculos da Prosperidade. O Gráfico fez cara de que não estava entendendo nada e Papai Noel prosseguiu:

Com estes óculos, você vai começar a enxergar as coisas de maneira diferente olhando para a sua gráfica como um lugar de infinitas possibilidades e não, como até agora, como um beco sem saída. Assim onde antes você via problemas, verá agora oportunidades de abundância. Verá que neste ambiente você poderá trocar a competitividade dos colegas pela cooperação. Não vai mais ter que controlar TUDO e a TODOS, pois poderá confiar um pouco mais em seus gestores. Devo arriscar mesmo, usando estes óculos, perguntou a Papai Noel. Este respondeu: "Quem não arrisca não petisca" e você agora de óculos novos, torna-se um Empresário Gráfico (e não proletário) onde uma de suas atividades é enxergar o que acontece dentro e fora das suas 4 pareces, arriscando com grande possibilidade de acerto, os passos que você irá dar.

Disse ainda Papai Noel: "Sua vida deixará de ser essa enfadonha do dia a dia com repetição contínua de problemas e acontecimentos. Nascemos para ser prósperos em todos os sentidos, além do material". Parecem ser óculos milagrosos disse o gráfico ao Papai Noel. Nada disso, disse o bom velhinho. Não pense que será fácil. Não existe benefício sem sacrifício. Viver o mundo da prosperidade implica em muito trabalho. Papai Noel, levantou-se colocou o pesado saco nas costas e foi-se embora. Ficou na cabeça do gráfico a pergunta do que deveria fazer primeiro. Dever-se-ia fazer o seu Plano de Negócios, ou rever os seus custos, ou, ou, ou....

Voltando para casa, o gráfico nem se preocupou muito com o pesado trânsito, enquanto sua mente começava a fervilhar com os novos planos para a sua gráfica e também para a sua vida particular. - Gostaria de acrescentar aqui uma frase de Antoine de Saint-Exupéry em "O pequeno Príncipe": - "Para enxergar claro, basta mudar a direção do olhar".

Feliz Natal a todos os meus amigos gráficos e um próspero 2013!