A importância da inteligência de negócios para sair da crise.
Thomaz Caspary ( In memoriam )
Se me perguntassem o que vem a ser a “Inteligência de Negócios” (IN), mais conhecida como Business Intelligence, eu diria que é um processo de coleta, organização, análise, compartilhamento e monitoramento de informações que oferecem suporte a gestão de nossa empresa. É um conjunto de técnicas e ferramentas para auxiliar na transformação de dados brutos em informações significativas e uteis a fim de analisar os dados do nosso negócio.
Nossas empresas passam por grandes transformações e profundas alterações no que tange a maneira de gerir um negócio, com características dinâmicas e sofrendo pressões externas e internas. Principalmente neste momento de incertezas no nosso país as organizações tentam a todo custo se adequar a tais mudanças sob pena de se tornarem obsoletas e se extinguirem como os dinossauros. Em uma era marcada por revoluções precedidas da Industrial e da informação, impulsionadas pela evolução tecnológica, obriga gestores e executivos a buscar um conjunto de informações, dados estatísticos e índices financeiros, para nortear o processo de gestão, motivado pela busca incessante de mais eficiência, mais eficácia, mais produtividade, a custos mais baixos e níveis que beiram a loucura. Nossas empresas sobrevivem em um cenário globalizado e altamente volátil, capaz de mudar a casa segundo.
Dentro deste contexto a IN, é fundamental para a definição da estratégia assumindo o papel de ferramenta de gestão, uma das mais importantes para a sobrevivência, o crescimento e desenvolvimento de qualquer empresa, representando um diferencial competitivo, traduzindo-se na formulação clara de seu planejamento estratégico, baseado nos resultados demonstrados por esta ferramenta aliados aos cenários projetados e nos objetivos traçados pela direção da empresa. Portanto, não podemos contar com esta ferramenta, caso não soubermos interpretá-la.
Por que usar o sistema de INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS? A principal finalidade é a das informações corretas e confiáveis para um Planejamento Estratégico da nossa empresa, bem como de um Plano de Negócios para a área comercial. Quais os impactos gerados na organização com sua implementação? Como utilizá-lo? Muitos empresários relutam em reconhecer a sua importância, muitos por desconhecimento, alguns por falta de mão de obra preparada na formulação e execução dos mesmos, algumas empresas não possuem direção, gerindo pessoas e negócios pelo INSTINTO, de forma empírica vão galgando obstáculos que se apresentam no dia a dia, é fato que, muitas empresas não possuem planejamento estratégico, não possuem plano de ação, não possuem seus objetivos definidos de forma clara, o que as torna vulneráveis aos ataques da situação político-econômica como a atual, de concorrentes mais experientes, abrindo espaço para entrada de novos players, permitindo a criação de novos negócios, usando como referência a própria empresa, fazendo parte mais tarde das estatísticas de mortandade prematura de empresa onde faltou GESTÃO.
Retornemos ao Planejamento estratégico que deve ser precedido de uma análise minuciosa das forças e fraquezas, oportunidades e ameaças da empresa, também conhecida como Análise SWOT, possibilitando uma visão holística de seus processos, pessoas, mercado, serviços, produtos e principalmente de seu diferencial competitivo face aos seus concorrentes, estabelecendo parâmetros para sugestão de melhorias e elevando com isso a competitividade e a eficiência de seu negócio. Analisando as empresas que se mantém na liderança, observamos o uso de planejamento estratégico como ferramenta de apoio ao processo decisório, uma vez que a medição sistemática e estruturada dos resultados de uma empresa é fundamental para que a gestão se mantenha eficaz e os objetivos traçados sejam alcançados de forma satisfatória. Neste sentido o “Business Intelligence” acaba por se tornar uma ferramenta indispensável.
O Planejamento estratégico passa por algumas etapas facilitando a sua composição, execução e implantação, descritas abaixo:
1. A declaração da Visão e Missão do negócio.
2. Análise do ambiente externo para levantamento de oportunidades e ameaças.
3. Análise do ambiente interno para levantamento de forças e fraquezas.
4. Formulação de metas e objetivos.
5. Definição da estratégia.
6. Compilação do Planejamento estratégico.
7. Implantação e implementação.
8. Feedback.
9. Controle.
10. Revisão Analítica
Vivemos em tempos de incerteza, refletir estrategicamente passa a ser imprescindível, com clientes imprevisíveis, menos fiéis a marcas e produtos, guerra por preços, serviços copiados, inovação tecnológica, etc., adotando como ferramenta essencial para a projeção de cenários e o instrumento para execução das metas traçadas, desta forma, preparando a organização para um novo limiar que desponta a era da visão e ação estratégica.
Conclui-se, deste modo, que a INTELIGÊNCIA DE NEGÓCIOS aliada ao Planejamento Estratégico é um instrumento precioso para qualquer empresa, permitindo identificar, metas, objetivos, traçando sua missão, visão, valores, conhecendo as oportunidades e ameaças que a cerca, os seus pontos fortes e fracos, configurando a situação atual da empresa, com profundidade e clareza, construindo uma base sólida de informações para tomada de decisão, no presente, com base no passado e projetando o futuro.
Afinal, sobreviverá a empresa que melhor se conhecer e melhor empregar recursos e pessoas, sobe pena de se tornar obsoleta, de se tornar um dinossauro nessa selva de pedra globalizada.
* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)