Algumas gráficas continuam com bastante trabalho, graças à gestão e criatividade de seus líderes

Thomaz Caspary ( In memoriam )

As dificuldades continuam e a situação econômica atual bem como o aumento de competitividade na maioria dos mercados de nossos clientes. Muitas gráficas estão fazendo “das tripas o coração” para se manter no mercado e continuarem lucrativas. Algumas que já não estão mais entre nós, simplesmente cortaram custos, dispensando funcionários.

Uma pessoa menos experiente perguntaria: Por que focar no corte de custos e despesas? Não poderíamos aumentar as vendas para conseguir melhores resultados? No entanto, esta quase nunca é a alternativa dos gestores encarregados de balancear as contas. E por que não?

Ensinam-nos em toda a nossa carreira educacional a ter controle e certeza daquilo que estamos fazendo. Passamos por provas onde apenas uma resposta é a certa. Somos treinados a exaustão, para diferenciar o correto do errado, para responder a perguntas rapidamente e de acordo com o material estudado, a percorrer um “caminho certo”, como se existisse um caminho certo e ele fosse exatamente igual para todos.

Não estou aqui querendo dizer que está tudo errado com o nosso sistema educacional, apenas colocando que ele nos prepara apenas para uma parte da vida, a que podemos controlar.

Então, como grande parte das pessoas são bem intencionadas, experts em controlar e trazer previsibilidade às nossas empresas, elas preferem trilhar o caminho do óbvio que é cortar, ou controlar, custos e despesas. Ora, o ponto delicado desta iniciativa de corte de custos e despesas é o fato de que, com o tempo, este processo acaba com a empresa. Corta-se tanto, e muitas vezes de forma tão indiscriminada, que se perde a vantagem competitiva. Será viável pensar de forma diferente? Que outra saída se poderia imaginar?

Em geral não nos damos tempo ou então, não nos permitimos pensar de forma diferente, manter uma questão em aberto, sem resposta imediata, pois fomos treinados para responder de pronto e rapidamente a questionamentos.

Precisamos de uma mudança na forma de pensar e de elaborar respostas que nos permitam realmente trabalhar em parceria com outras cabeças pensantes, sejam de dentro da empresa, junto a nossos clientes ou mesmo conversando com fornecedores. – Porém não temos tempo para isso, pois temos que controlar os nossos custos e com isso não sobra tempo pra mais nada.

O que é mais fácil: reduzir custos e despesas ou criar uma nova cultura voltada à inovação de produtos, mercados, relações internas e externas e formas de trabalhar?

No curto prazo, a resposta seria buscar ajuda para rever a estratégia. No lugar de REDUZIR CUSTOS eu iria sugerir para REVER E PARAMETRIZAR CUSTOS. Em pouco tempo AS COISAS MUDAM e podemos nos dedicar ao PLANO DE NEGÓCIOS, mantendo nossa empresa sob o contexto do controle e da previsibilidade.

Logo, é mais fácil e menos desgastante criar na empresa, uma nova maneira de pensar e agir voltada à inovação e à produção de resultados generosos do que buscar o controle. Não quero afirmar aqui que devamos deixar todos os controles de lado. Devemos é DELEGAR estes controles a pessoas de nossa confiança e simplesmente fazer a cobrança e em função dos resultados orientá-los.

Nestes anos de experiência com este tipo de trabalho, principalmente na área das Boas Práticas, tanto na área fabril como na área comercial, ficou claro que o que mais queremos é estabelecer uma diferença, ou melhor, ainda, ter a percepção que fazemos uma diferença com o nosso trabalho.

Quando se consegue criar o espaço em que as pessoas tenham a percepção de estar fazendo a diferença, estamos garantindo o sucesso da empresa e fazendo com que ela passe a ser líder, deixando os mercados pouco lucrativos para aquelas que se recusam ou não sabem que podem mudar.