Bate papo com Empresários Gráficos e a preocupação com o futuro das nossas empresas
Thomaz Caspary ( In memoriam )
Pouco antes de minha viagem agora em fins de Abril, tive o prazer de me reunir com três empresários gráficos de setores diferentes, para uma troca de ideias com relação ao grave momento que passamos e suas preocupações com o futuro de suas empresas gráficas.
Um dos assuntos que veio à discussão foi a necessidade de rever o planejamento da empresa neste período, a fim de que a empresa não viesse a sofrer nenhuma solução de continuidade. Chegamos ao consenso de que a redefinição de metas deveriam se restringir a poucas das mais importantes e factíveis, sem que se fizesse uma extensa lista de assuntos que no final, não pudessem ser resolvidos a curto e médio prazo. Seria necessário priorizar algumas e resolvê-las satisfatoriamente.
Sabemos que empresas focadas, enxutas e eficazes, terão oportunidades de sucesso e crescimento. Empresas organizadas poderão garantir acesso ao capital necessário à sua sobrevivência e expansão, como, aliás, já acontece com algumas poucas neste mercado conturbado.
Surgiu então a pergunta de como organizar a gráfica deixando-a pronta para crescer. O nosso bate-papo foi até bem interessante, sendo que chegamos a conclusão de que se o negócio “gráfica” é bom, más a empresa é ruim, a coisa fica mais fácil de resolver. Más, por outro lado a empresa é boa e o negócio “gráfica” estiver focando o mercado errado, existe um enorme risco de sobrevivência.
Por esta razão é muito importante na revisão do planejamento da empresa, fazer-se uma profunda análise do negócio em si e do mercado onde atua. Existem para isso, inúmeras ferramentas de análise, além, é claro, do bom senso do empreendedor. Feito isso, o Planejamento Operacional é um segundo e muito importante passo a ser dado contando essencialmente com indicadores e mecanismos de controle que podemos obter, nos diversos sistemas de gestão para a área gráfica, que temos a disposição no Brasil. Com estes sistemas, o gráfico será capaz de medir o desempenho de sua gráfica e terá como demonstrar que sua empresa é eficiente.
Os sistemas terão que permitir total visibilidade dos custos, do fluxo de caixa, da rentabilidade, além de entrar em detalhes como a análise do portfolio de clientes e dos canais de venda, em termos de relevância de Margens, Volume e Contribuição Marginal. Na área produtiva, a importância a ser dada é em relação à Produtividade, Desperdício e Rentabilidade por tipo de impresso.
Deixamos para o final de nosso papo, a observação, a meu ver, mais importante em todo este contexto, que são os Recursos Humanos. Teremos que manter em nossa empresa pessoas talentosas, que vistam a camisa da gráfica, adotando um modelo de remuneração adequada. Isto não é nada fácil, se não houver abertura por parte do empresário gráfico para todos estes itens discutidos.
Saio por alguns dias para me reciclar, pois acredito que o mundo dos negócios não para e independentemente de nossos conhecimentos e prática adquirida ao longo dos anos, sempre teremos algo novo para aprender que nos impulsionará positivamente em direção ao futuro.
Tenhamos todos, um ótimo mês de maio.
* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)