Competindo com sucesso
Thomaz Caspary ( In memoriam )
Amigos gráficos, o canibalismo vem imperando entre os colegas do setor de tal forma que precisamos entender um pouco melhor a formação de custos na nossa empresa, bem como a gestão da produtividade industrial. Para competirmos com sucesso e para que possamos conseguir rentabilidade nossa gráfica deve trabalhar sempre visando a redução dos custos internos e de serviços de terceiros. Desta forma temos que trabalhar “de mãos dadas” com os nossos clientes e fornecedores. Não devemos nos esquecer da necessidade de utilizar sistemas de gestão, por mais simples que sejam, pois através de relatórios diários, poderemos tomar decisões imediatas impedindo prejuízos tanto econômico-financeiros, como de imagem junto aos clientes.
Como objetivo principal temos que colocar em nossas mentes o fato de que teremos que administrar a nossa gráfica ao longo de toda a cadeia de acontecimentos, ou seja, utilizando as Boas Práticas, já quando do atendimento ao cliente. Precisamos estar bem informados com relação à tecnologia disponível, produtos distribuídos pelos vários fornecedores de papel, tintas e outros insumos, bem como nos inteirar da velocidade de entrega de fornecedores e do tempo de transformação dentro de nossa empresa. Portanto nossos objetivos principais serão:
• Melhorar o atendimento ao cliente com perfeito conhecimento técnico e sabedores das reais necessidades de nosso cliente e do cliente de nossos clientes.
• Reduzir o tempo de fornecimento de orçamento, prometendo sempre só o que for viável. Ah. Já sei! Vocês virão com a história de que o cliente dirá que se eu não fizer, terá outra gráfica que faz. O cliente não deixa de ter razão. Sempre existirá outra gráfica que faz mais barato, entrega mais rápido e terá melhor qualidade. (Será???)
• Criar relacionamentos com nossos clientes e fornecedores que levem a partilhar as informações exatas sobre nossas necessidades e as do cliente.
• Melhorar a performance das nossas equipes internas de PCP de produção e de qualidade assegurada, além é claro manter um contato muito estreito e ético, com nossos fornecedores, não só de matérias primas, mas também de serviços de terceiros.
• Temos de criar verdadeiras “Unidades de Negócios” dentro de nossa gráfica. O que queremos dizer com isso? Uma “Unidade de Negócios” é na verdade um departamento que cuida de certo negócio. Um cuida de fazer o pré-cálculo, outro de vender, o terceiro de planejar, o quarto de administrar o relacionamento com o cliente, outras unidades são as de produção, que devem ser coordenadas entre si e em função dos prazos pelo PCP, com ajuda das Boas Práticas, pois estas irão melhorar indiscutivelmente a performance da empresa.
• Temos que estar cientes, de que a empresa ganha, não na venda, mas nos custos que consegue reduzir nas compras por meio de negociações diversas e na produção, por meio do aumento da produtividade.
O tempo como fator competitivo
Nos dias de hoje onde os clientes se acostumaram a solicitar impressos para anteontem, nosso sucesso depende de um ciclo produtivo mais curto (o que inclui compras e serviços de terceiros) e de uma resposta mais rápida aos anseios do cliente. Isso só será possível, se tivermos um PCP afinado com o departamento comercial e com a produção, além de pessoal altamente treinado para desenvolver tarefas tecnológicas de maior complexidade. Aquele “imprensor” que toca uma máquina de impressão Roland ou Speedmaster, por exemplo, quatro cores a uma média de 4.500 folhas por hora, na verdade já era. Desculpas certamente ele arranja aos montes. Se não for o papel é a tinta ou a montagem ou a manutenção do equipamento. Existem estudos modernos na Indústria Gráfica, aliados as BPF que falam de TPE (Tempo do Ponto de Equilíbrio de um serviço), desde o momento em que o pedido entra na empresa, como mídia digital, por exemplo, até o momento da entrega dos impressos ao cliente ou aos clientes de nosso cliente.
A Gestão da Qualidade Assegurada
A Qualidade Assegurada juntamente com as Boas Práticas são nos dias de hoje muito mais importantes que os certificados ISO. Isso porque tanto a QA como as BPF são dinâmicas e se renovam a cada instante quando corretamente geridas, enquanto que a ISO é certificada de tempos em tempos. (Pessoalmente nada contra a certificação da ISO 9000)
E agora, o que fazer?
Como todo mundo diz: temos que mudar para não levar um tombo. E esse tombo poderá ser feio. Estamos assistindo inúmeras empresas gráficas de renome indo literalmente “pro buraco”. Sempre é necessário saber quando uma etapa chega ao final. Se insistirmos em permanecer nesta etapa, mais do que o necessário, perderemos o “tesão” de continuar e o sentido das outras etapas que vem pela frente e que precisamos vivenciar.
Não importa muito o nome que daremos a isso. O que importa é deixar o passado e os momentos gloriosos que já passaram. Acabaram-se e pronto! O que passou não voltará. As coisas passam, as coisas mudam.
Faça uma coisa, meu amigo gráfico. Feche a porta do passado. Mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira, acrescente novos conhecimentos, adote novas posturas e deixe de ser quem era. Transforme-se em quem é! Boa Sorte!
* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)