Gráficos, o que vocês ganham estragando o mercado? Bem-vindos ao barbarismo!
Thomaz Caspary ( In memoriam )
Tenho acompanhado este mercado maluco da indústria gráfica onde um quer aniquilar o outro, principalmente concorrendo com lucro zero, só para ter um novo cliente em sua carteira. A quem este empresário gráfico acha que está enganando? Ou será talvez um salve-se quem puder, só para sobreviver, não importando como e sacrificando quase tudo.
Bem-vindos ao novo mundo do transtorno de conduta. Tudo é abuso, transgressão, subversão da ordem social, cultural e política. Bem-vindos ao novo mundo do exagero! Morreu a ética comportada, que foi decantada em prosa e verso. E viva a animalidade das negociações onde o que interessa é pegar o pedido a qualquer custo, onde a atitude de muitos empresários gráficos humanos é interpretada como manifestação do “Salve-se quem Puder”!
Bem-vindos ao trágico, ao catastrófico e ao sinistro das estatísticas do pós-cálculo (quando executado), ou no balancete no final do mês quando falta tudo para honrar os compromissos. Da maneira como vejo o andar da carruagem, esta palavra “compromisso” não existe no dicionário de diversos empresários. Quantos inocentes não morrem no lugar dos maus? O fabricante do cenário do crime é sempre o próprio homem, pela ganância do dinheiro, pelo prazer indecoroso da ganância e, enfim, toda permissividade inclinada eternamente para o ilícito. Isso vem da gênese e do Gênesis. Aliás, o pecado não mora ao lado e sim, dentro de nós. Todo empreendedor precisa estar ciente de que cedo ou tarde um deslize destes pode atingir o seu próprio negócio, podendo até levá-lo a falência, como temos visto ultimamente com certa frequência.
Ultimamente em face de nossa situação político-econômica, as indústrias gráficas vêm sofrendo mortalidade prematura, graças também ao posicionamento e postura de muitos empresários, que não medem as consequências de suas atitudes comerciais, pois os riscos são inúmeros e os perigos não faltam. Podemos elencar algumas das possíveis causas de mortalidade nas empresas, como por exemplo:
- Falta de experiência profissional
- Experiência desequilibrada
- Fatores econômicos
- Lucros insuficientes
- Perda de mercado
- Mercado consumidor restrito
- Nenhuma viabilidade futura
- Fraca competitividade
- Recessão econômica, etc.
A união de colegas gráficos, compondo um Planejamento Estratégico de Mercado e um Plano de Negócios, por região, seria naturalmente a melhor solução para sair da crise. Acontece, no entanto, que um colega NÃO CONFIA no outro e aí a “vaca vai pro brejo”. Se em outros países do mundo, inclusive países em desenvolvimento, isso está se tornando possível, fortalecendo o setor, pergunto: qual a razão de que não confiamos um no outro?
Tenho ciência de que a minha colocação está sendo muito forte. Tenho certeza de que todos estão colocando a culpa no governo (um dos grandes responsáveis pelo que estamos passando). Será que os empresários gráficos precisam ainda por cima, prejudicar os colegas?
* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)