Gráficos têm boas chances de voltar a crescer nos próximos dois anos

Thomaz Caspary ( In memoriam )

No cenário que vislumbramos os próximos dois a quatro anos deverão ser de baixo crescimento, porém com saneamento dos problemas das empresas do nosso setor. Na melhor das hipóteses teremos em 2015 um crescimento beirando 1% e no ano seguinte alavancando para 2% em termos globais. Isso não quer dizer que algumas empresas não possam crescer até 5% ou 10% a.a. que não é impossível. Depende exclusivamente de dois fatores. O primeiro será uma revisão na política fiscal do governo e a segunda e mais importante, do posicionamento de cada empresário gráfico em relação às mudanças de cenário, que fatalmente virão.

O posicionamento dos empresários gráficos deverá estar voltado aos novos paradigmas de estilo de vida dos nossos consumidores finais, o que fará com que tenhamos eventualmente que escolher novos segmentos de mercado para prospectar em nossas vendas. O consumo hoje e também no futuro é e será conduzido pela necessidade de bem estar e conhecimento, sendo que ambos os fatores envolvem uma imensa cadeia de novas indústrias, empresas de serviços e a mudança de segmentação das atuais empresas, nossos clientes. Existe bastante otimismo com relação aos negócios dedicados à qualidade de vida, prevenção a doenças, setores voltados à estética e aparência, bem como voltados ao aumento do conhecimento. Na verdade isto envolve quase todos os setores já existentes que terão que mudar, como novas empresas que surgirão através dos “Startups”.

Os nossos empresários gráficos que ainda não são empreendedores, deverão se transformar e com isso virá a necessidade de pesquisar muito o mercado, tanto comprador como concorrente. O tempo do empreendedor será dedicado à pesquisa olhando para fora da empresa, tendo a sua equipe controlando o que acontece dentro da empresa com constante feedback ao CEO. O empreendedor não deve “enfurnar” as suas ideias e sim discuti-las com sua equipe de confiança. Deve também ser muito arrojado em vendas e praticar o “TBC” (tirar a bunda da cadeira).

O estilo do gráfico empreendedor é o de escutar muito e de sempre promover o coletivo. Nunca de cima para baixo embora o CEO tenha a última palavra. Se, no entanto, não houver consenso, a coisa não funcionará. Importante é nestas discussões, misturar gerações com diversas culturas e estudos. A prática nos mostra, que as equipes mais inovadoras desempenham melhor as suas funções, em havendo diversidade.

Não há dúvida de que as gráficas enfrentarão pelo menos um ano difícil, que será este ano de 2015 e talvez igualmente o próximo (2016). Teremos que enfrentar desafios e para isso o mais importante será ter uma ATITUDE POSITIVA. Entre outras coisas, uma redução de gastos será necessária, porém não pensem imediatamente na folha de pagamento. Existem muitos setores da empresa, onde o desperdício é abundante, sem que se conta disso. Boas Práticas poderá ser uma das ferramentas para esta redução drástica do desperdício.

Planejamento Financeiro, “Budget” e Plano de Negócios, são fundamentais para que se tomem as necessárias medidas para sair da crise. Mensalmente, estes números deverão ser revistos e eventualmente refeitos em face de novas realidades ou mudanças de cenário. Tente fugir da “economia medíocre”. Não poupe recursos na hora de fazer a manutenção preventiva e até corretiva dos seus equipamentos. Prevenir máquina parada ou serviço com problemas é melhor do que o custo das horas improdutivas e o desperdício. Use uma CHAVE DE FENDA para apertar o gerente do banco, caso você tenha alguma dívida ou tenha que fazer algum empréstimo. Tenha sempre como objetivo a redução dos juros aliado ào prolongamento do prazo de pagamento.

Poderíamos nos alongar ainda mais com certamente uma dúzia de dicas importantes, porém contar com a ajuda de um especialista é menos oneroso do que >quebrar a cara< experimentando teorias lidas em livros de “autoajuda empresarial”.

Para terminar queremos citar que para voltar a crescer nos próximos dois anos será necessário fazer um PLANO DE METAS 2015/2016. Este Plano de Metas, deverá analisar o cenário externo através da leitura de publicações sérias como, por exemplo, o “Financial Time” ou o “Valor Econômico” e outras de sua confiança para analisar a economia e a legislação tributária. Novos mercados são um dos “points” a ser analisado. O empreendedor deverá também verificar os novos “players” da área gráfica (com a entrada ou saída de novas empresas) bem como “fornecedores” e materiais equivalentes aos atualmente utilizados.

Com relação ao ambiente interno da gráfica, o empreendedor deve verificar a capacitação de seus funcionários, a estrutura tecnológica para atender os mercados delineados, capacidade de produção e espaço físico, entre outros diversos pontos da estrutura. Toda a área de finanças é muito importante para responder aos itens abordados neste capítulo pois o eventual investimento, deverá ser criteriosamente analisado em relação ao ROI ao fluxo de caixa e aos recursos que eventualmente serão necessários.

O próximo passo será o estabelecimento de metas que devem ser bem especificas, mensuráveis, sendo que estas metas não podem ser chutadas sendo que o objetivo terá que ser realista. O empreendedor deverá também determinar a importância da meta proposta, para o crescimento sustentável da sua gráfica finalizando tudo isso, com um prazo de execução viável.

Finalizando o empreendedor, deverá determinar quais as pessoas que o ajudarão a colocar em prática todo este Plano de metas e tomar uma ATITUDE de comando e cobrança constante. Desejamos a todos boa sorte nesta árdua tarefa e nos colocamos a disposição para orientá-los.

Desejamos um ano de 2015, com muitas realizações positivas e recuperando a rentabilidade da sua gráfica.