Mídia impressa em crescimento
Pedro Henrique Verano
Não existe dúvida que a internet encurtou os caminhos e reduziu o tamanho do planeta. Com ela, a Terra passou a ser plana, um imenso tabuleiro. Com a grande rede, por exemplo, surgiram as mídias sociais, que aumentaram a interatividade e a convivência entre pessoas de todos os cantos do mundo, tornando-se também um grande instrumento de mobilização.
Isso porque, a informação, agora, está disponível e acessível para todos. Essa abertura, claro, não discrimina fontes e o anonimato gera descrédito e incertezas quanto ao seu conteúdo.
No caminho inverso, os veículos de mídia impressa não sofrem com esse estigma e a credibilidade está atrelada ao fato de ter o produto concreto, palpável nas mãos. Essa tendência se reflete diretamente nas verbas de publicidade destinadas ao segmento impresso.
Presidente fundador e presidente da WPP, maior empresa de publicidade do mundo, e que movimenta robustos orçamentos no segmento, Martin Sorrell disse recentemente que as agências de publicidade e seus clientes devem repensar a estratégia de deslocar aportes da mídia impressa para os canais on-line. Para ele, os veículos tradicionais de mídia são mais eficazes do que as pessoas vêm pensando.
É muito importante que um dos maiores nomes da propaganda mundial faça esse reconhecimento da força da mídia impressa. Pesquisas recentes mostram que a mídia tradicional pode ser mais engajadora e que os leitores tendem a registrar melhor a informação veiculada em impressos do que a partir da leitura de conteúdo on-line.
Outra pesquisa, coordenada por uma das mais conceituadas consultorias do mundo, a PwC , revela significativos resultados no cenário global e nacional em uma projeção para daqui a quatro anos. Apuração feita com a participação de 54 países, o estudo indica uma evolução de U$ 1.743 trilhão ao ano para U$ 2.233 ao término do período nos gastos com publicidade em jornais. O mercado brasileiro, por sua vez, participará deste crescimento passando de U$42 bilhões de dólares para U$69 bilhões, média de 10,2% ao ano.
Ainda que a circulação média de jornais em 2014 no Brasil tenha registrado 8,9 milhões unidades por dia, os gastos de anunciantes e consumidores apresentará uma expressiva mudança no país até 2019, segundo o levantamento da PwC.
Os números apontam para um desenvolvimento significativo do mercado gráfico brasileiro, apesar dos entraves conjunturais que acabam emperrando e, por muitas vezes, inviabilizando o maior filão mundial da mídia impressa, que é a mala-direta, limitada aqui pelo alto custo de distribuição e deadline logístico.
O Distrito Federal também está alinhado com essa valorização da mídia impressa. A indústria gráfica do DF promoveu, ao longo dos últimos anos, expressivos investimento em tecnologia, com ampla reforma do parque gráfico - hoje um dos mais modernos do país.
Todo esse esforço é justificado pela postura arrojada e confiante dos empreendedores locais, que estimulam o aumento da demanda segmentada com qualidade e inovação. Isso é retrato da evolução do nível de exigência do cliente consciente com a sociedade, meio ambiente e preocupado com seus resultados.
* Pedro Henrique Verano é presidente do Sindicato das Indústrias Gráficas do Distrito Federal (Sindigraf/DF)