Mudanças... Por que a pequena Gráfica não se adapta?
Thomaz Caspary ( In memoriam )
Como todo bom brasileiro, eu estava lendo o horóscopo para junho deste ano, que dizia: “Como não poderia deixar de ser, com o Sol em seu signo até dia 20 de junho, sua vitalidade, disposição e talento estarão em destaque, assim como seu poder de atração e realização. De todos os períodos do ano, este é um dos mais promissores por inúmeras razoes. Você terá a clareza do que quer realizar e, tem garra para ir atrás do que quer. Seu signo propiciará mais facilidade de comunicação e mais firmeza ao se expressar. A comunicação fica melhor e mais efetiva, seu pensamento é transmitido com mais fluidez e facilidade. Nada mal para um mês no qual a comunicação e o conhecimento poderão ser a arma secreta para superar os diversos desafios de sua empresa”.
Por que a pequena gráfica, não se adapta às modernas técnicas de gestão? Quando falo de pequena gráfica, posso incluir também a média, que em sua grande maioria, só reclama não dando a mínima para estes sistemas de gestão. As respostas podem ser muitas, mas sem dúvida, um dos motivos está na alienação da indústria em relação às necessidades da pequena empresa e ao tipo de lógica em que está ancorada a sua política de investimentos. Assim, não há nenhuma dúvida de que o sucesso das aplicações Windows se deve, em grande parte, ao aspecto "siga a bula: fácil de usar"; ou seja: basta conhecer um mínimo de computação e dominar meia dúzia de comandos para se extrair o que se quer. Parece que a lógica de funcionamento da pequena e média gráfica, guarda um paralelo com isto.
Mas tudo indica que a pequena e média gráfica não quer enfrentar mudanças. Não quer complicações. Prefere aqueles métodos arcaicos que, a seu ver, facilitem realmente o seu dia a dia e que os ajudem a fazer o pré-cálculo como sempre foi feito e dar o preço ao cliente, tendo que eventualmente dar um desconto. Não sabe, porém onde está pisando. Sem uma forma concreta de cálculo e forma concreta de apontamento de produção, o gráfico deixa de enxergar novas perspectivas de negócio, mas com a mínima mobilização de ativos tecnológicos e sem a perturbação cultural que as grandes revoluções provocam.
Se for isto que o micro, pequeno ou médio empresário quer, está sendo lançado neste mês de junho, um novo programa de baixo custo pela Calcgraf, empresa paulista que desenhou um programa para atender as necessidades de pequenas e médias gráficas. O sistema é fácil de usar, racionalizando etapas e aumentando a eficiência na administração da gráfica. Os diferenciais do produto começam na implantação. Em poucos minutos a gráfica consegue montar seu cadastro e sair orçando. Mesmo pessoas com pouca experiência podem usar o sistema. Isso porque o Webgraf une as melhores ferramentas do consagrado programa de gestão da Calcgraf com o conceito de computação em nuvem (cloud computing), utilizando a Internet como plataforma. O armazenamento dos dados é feito em servidores que podem ser acessados de qualquer lugar, a qualquer hora, não havendo a necessidade da instalação do programa. Isso determina outra importante característica do Webgraf: custo zero de implantação. Mesmo assim, as empresas gráficas, poderão ter sua equipe treinada por consultores, mesmo via internet ou pela própria Calcgraf.
Também a Ecalc tem programas via Webmail para cálculo de orçamentos, só que trabalham de forma diferenciada. Além disso, a Ecalc já esta trabalhando com JDF para controle conjunto da produção online, similar ao que a Metrics já sustenta há bastante tempo com muito sucesso, principalmente fazendo a integração em grandes empresas. Não podemos deixar de mencionar a Zênite, que vem aperfeiçoando os seus sistemas a cada dia, atuando em gráficas dos mais variados nichos do mercado gráfico.
Tudo isso é muito interessante, porém... Por que somos tão resistentes as mudanças? Seria medo, insegurança, comodidade? Podem ser essas e, muitas outras razões. O fato é que mudar pode parecer simples, mas não é fácil. A mudança é necessária, pois tudo muda quase que o tempo todo. Se só existissem duas certezas na vida, uma seria a morte e a outra a mudança. De uma coisa podemos ter certeza, toda mudança cobra um alto preço emocional do empresário gráfico. Antes de se tomar uma decisão, que neste caso não é difícil, e durante a tomada, sofre-se muito, os questionamentos são inúmeros e o desconforto torna-se inevitável. Mas então chega o depois da coisa feita, e aí a recompensa mostra, ao vivo e a cores, a sua face. Você verá a sua vida se tornar bem mais fácil, depois de implantado um programa, mesmo que o mais simples, de gestão da sua empresa.
Quando uma gráfica recebe o coaching (consultoria), impactos diretos e indiretos se espalham para todos os lados. Estes impactos dependem muito do histórico de cada gráfica, sendo que este histórico é o espelho dos grupos que nela atuam. É comum, infelizmente, encontrarmos o descrédito instalado e as célebres frases: “Isto aqui não dá certo...", "Alguma coisa semelhante já foi tentada...", "Já estamos fartos de tantos palpites..." e por aí afora. O Coaching pode ser realizado tanto por um consultor quanto por profissionais da própria empresa, desde que devidamente treinados. Podemos trabalhar com as duas hipóteses. A função do Coaching é dar poder para que o outro adquira competências, produza mudanças específicas em qualquer área da empresa, e principalmente transforme a si mesmo. Entendo que o profissional que vai se preparar para desempenhar este papel deva ter a oportunidade de vivenciar o processo, e nesta etapa acredito ser importante que o faça com um consultor que esteja preparado para isto e, que conheça a tecnologia e o ramo em que a gráfica atua.
Vamos mudar. Vamos aderir à modernidade. O retorno deste pequeno investimento é certo e em curto prazo. Temos que sobreviver!
* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)