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Mudar para crescer

Levi Ceregato

Com Copa e eleições, 2014 foi um ano de fortes emoções para o brasileiro. E, ainda que perdendo a primeira, ganhamos com o processo eleitoral, que trouxe à tona as expectativas de mudanças da sociedade, ao mesmo tempo que adicionou mais um tijolo na construção de uma tradição de representatividade na democracia brasileira. Em meio a todos os acontecimentos e ao cenário com que iniciamos 2015, é preciso refletir e tirar lições, para corrigir rumos e recuperar a capacidade de crescimento sustentado do País.

É fundamental entender que só há um único e grande vencedor em qualquer eleição: o eleitor, que exercita o direito e o dever do voto com dignidade e cidadania. Outra reflexão que não pode deixar de ser feita é que o País precisa trabalhar junto em favor do desenvolvimento.

Cabe ao governo da presidente Dilma Rousseff interpretar com precisão a mensagem das urnas. Praticamente metade do eleitorado declarou, com o poder do voto, que deseja mudanças. E esse anseio precisa ser levado em consideração – é aí que reside a essência da democracia. As transformações almejadas pela sociedade são claras: um choque de moralidade em toda a máquina pública. Também é premente o aumento da segurança jurídica e a diminuição da burocracia nas relações com o Estado.

É essencial conferir transparência e previsibilidade para a política econômica como um todo e, de modo enfático, para a gestão fiscal, do orçamento e das contas da União. Isso será decisivo para o resgate da confiança, com reflexos nos fluxos de investimentos produtivos diretos, tanto nacionais quanto internacionais. O momento propício às mudanças deve ser aproveitado também para a sempre prometida reforma tributária, de modo que nosso sistema de impostos deixe de ser um obstáculo e torne-se um indutor do crescimento.

Igualmente, são esperadas as reformas previdenciária e trabalhista – a primeira com impacto fiscal, e a segunda, reduzindo os ônus dos encargos sobre o trabalho. Continuamos aguardando ainda uma modernização do sistema político, cujo debate deve crescer no próximo período.

Todos esses desafios, porém, não são exclusivos da presidente da República. O Congresso Nacional, os governos e legislativos estaduais e municipais, bem como o Judiciário, devem estar mobilizados nesse processo positivo de mudanças. É hora de fortalecer e prestigiar o papel das instituições para que todos atuem na plenitude das suas responsabilidades e prerrogativas.

Igualmente importante é o papel da sociedade civil e das organizações associativas. Todos precisam fazer sua parte para que a democracia nos conduza ao desenvolvimento. A indústria gráfica brasileira está disposta a fazer sua parte na construção de “um feliz futuro a cada dia mais próspero”.

* Levi Ceregato Presidente da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional)




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