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Não adianta "chorar as pitangas"

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Sinto-me, muitas vezes, como se estivesse parado ao lado do “Muro das Lamentações” observando as caravanas de gráficos “chorando as pitangas”. Uns reclamam da concorrência desleal, outros das comissões exigidas pelas agências de publicidade (BV), outros ainda do uso de papel imune para impressão de serviços comerciais. Alguns não entendem como é que o concorrente pode fazer um preço de venda bem abaixo do custo de papel. Grande parte dos empresários se queixa das altas taxas de impostos ou do mercado que está fraco.

Em épocas de crise e recessão ou mesmo em tempos de vendas difíceis, todos se queixam. Só não se preocupam com as causas que levam a nossa gráfica a ter um desempenho medíocre ou mesmo desastroso. Li outro dia um “case empresarial” cômico que retrata bem parte do nosso problema. A história que se contava era a seguinte:

Um réu, condenado a prisão perpétua por assassinato, consegue fugir. Na fuga entra numa casa onde dorme um jovem casal. O assassino amarra o homem a uma cadeira e a mulher na cama. A seguir, encosta o seu rosto no peito da mulher, fica por alguns segundos murmurando algumas palavras, em seguida, levanta-se e sai do quarto.

Arrastando a cadeira, o marido aproxima-se da esposa lhe diz:

- Meu amor, este homem não vê uma mulher há anos. Eu o vi beijando teu peito e agora que ele se afastou um pouco quero te pedir que coopere com ele e faça tudo o que ele mandar. Se ele quiser fazer sexo contigo não evite e finja gostar. As nossas vidas dependem disso! Seja forte, minha linda, eu te amo!

A jovem esposa diz ao marido:

- Querido, estou emocionada que pense assim! Efetivamente este homem não vê uma mulher há anos, no entanto, ele não estava beijando meu seio, ele estava me dizendo que gostou muito de você e perguntou-me se tínhamos vaselina no banheiro, então, meu querido, seja forte e faça tudo que ele quiser! Eu também te amo muito!

Conclusão: Não estar verdadeiramente informado pode trazer sério inconveniente. Informação atualizada e exata é fundamental para se livrar com êxito dos ataques da concorrência e evitar surpresas desagradáveis.

Da mesma maneira que certas pessoas fazem uso de medicamentos para estabilização física ou psíquica, nossas atenções devem se voltar à motivação das pessoas para que estas possam enfrentar, com saúde e sem stress, os desafios que temos a cada dia. O que faz uma pessoa se desmotivar e não ter ânimo para dar o melhor de si no trabalho? De um lado, temos os problemas pessoais que cada um carrega mesmo no ambiente de trabalho e por outro a verdadeira “bagunça” existente em grande parte das nossas empresas gráficas. Faltam-nos informações de todos os tipos como, por exemplo, dados de clientes, listas de visita, dados de custos, análises de produtividade, eficiência das pessoas, etc. Não temos em nossas empresas o mínimo de Normas e Procedimentos para todos os setores. O que podemos traduzir por falta de “Boas Práticas” tanto na área de fabricação, como em vendas e atendimento ao cliente, assim como nas áreas de apoio como Compras, Qualidade, Recursos Humanos, etc.

Todos nós encontramos muito mais pessoas que trabalham porque precisam ganhar dinheiro do que pessoas que trabalham também por satisfação e realização naquilo que fazem. Ouvimos com bastante freqüência da boca de funcionários, a frase: “O meu chefe é tão indeciso que a presença dele é o mesmo que sua ausência” ou “Sem o chefe a coisa anda melhor”. Tenho plena convicção que chefes desta natureza desmotivam os seus subordinados. Mas este é só um dos problemas da desmotivação. A falta de reconhecimento pessoal (não necessariamente pecuniário), a falta de treinamento do executivo, chefe ou supervisor é igualmente um veneno para a empresa.

Conhecimento técnico do empresário (pelo menos noções de administração) bem como conhecimentos técnicos específicos dos chefes de departamento são de fundamental importância para orientar seus subordinados e lhes dar apoio e credibilidade. Se o empresário, por um motivo ou outro, não simpatiza com tecnologia ou custos ou mesmo vendas, deverá ter ao menos noções destas áreas para colocar pessoas de sua confiança com conhecimentos suficientes para desempenhar as funções. Uma das coisas que o gráfico pouco faz é um “benchmarking” em relação às atitudes tomadas pelos dirigentes de gráficas vencedoras. Somente com atitudes positivas poderemos continuar a árdua tarefa de levar adiante nossa empresa gráfica, ainda mais nesta conturbada situação político-econômica de grande competitividade mercadológica.

Neste sentido, o cenário para muitas empresas gráficas de visão e com boa administração é bastante favorável. Viva este momento intensamente e trate sua gráfica como se estivesse participando de uma decisão de campeonato esportivo. Não “chore as pitangas!” Atualize o seu pessoal. Faça um bom trabalho de Endomarketing.Aplique Boas Práticas na empresa.Divulgue sua empresa pelos modernos canais da mídia eletrônica. Reveja suas atitudes nas áreas de produção e produtividade. Treine seu pessoal de vendas. Seja aquele empresário e gerente dinâmico que sempre foi. Não desanime nestes momentos mais delicados. “Não chore as pitangas!” – Boa sorte!!!

* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)