O desafio da transformação
Thomaz Caspary ( In memoriam )
O que você sonhou ter ou ser há alguns anos atrás? Você por acaso se lembra onde queria chegar com sua empresa? Caso não se lembre mais, certamente você perdeu o foco e é por causa disso que não concretizou as suas aspirações. Hoje em dia, no que você se concentra? No faturamento, nas vendas, no lucro? Comece a reconhecer que você pode chegar a realizar as metas e sonhos que traçou para sua empresa e para si próprio. O dia em que você se decidir a dirigir toda sua atenção para a realização das metas propostas, será o dia em que você estará mais perto da realização destes teus sonhos. A falta de concentração no caminho para atingir nossas metas é o principal motivo para deixarmos de concretizá-los.
A principal missão do dono da gráfica, ou melhor, do moderno empresário gráfico, é antecipar e gerenciar todas as variáveis que advém das incertezas com as quais nos deparamos no dia-a-dia do nosso mundo de negócios. Temos que nos concentrar na eficácia da empresa, ter muita criatividade no âmbito de nossas relações com o mercado e principalmente inovar na metodologia de conduzir nossa empresa, o que nem sempre é muito fácil.
Um dos principais itens que devem merecer a nossa atenção, é a proteção da saúde das informações. Nossa preocupação deverá estar voltada para informações corretas dos procedimentos internos, como, por exemplo, os nossos custos, a nossa produtividade, o fluxo de atendimento ao cliente bem como a satisfação do mercado em relação aos nossos serviços. De nada nos adianta ter informações desatualizadas ou não confiáveis.
Sabemos por exemplo que levamos determinado tempo para acertar uma máquina gráfica, seja lá qual for. Será que este tempo está correto? Temos normas e procedimentos de trabalho que são seguidas a fim de minimizar este tempo de "set-up" ? Partimos da premissa de que somos uma empresa organizada. Temos portanto um Boletim de Produção que nos informa mensalmente o número de horas improdutivas em cada centro de custos. E o que fazemos com esta informação? Será que sabemos a razão concreta destas horas improdutivas? Será que foi tomada uma ação gerencial para a redução deste tempo ocioso?
É neste momento, que nós nos defrontamos com o desafio da transformação. Temos que orientar os nossos chefes e funcionários, para a ação gerencial sobre os problemas encontrados. Quanto nos custa o retrabalho de serviços com problemas? Isso é mensurado? E as devoluções? Sabemos a razão das devoluções, o custo deste retrabalho ou mesmo o "custo comercial" (nossa imagem perante o cliente) de uma devolução? Sabemos por exemplo que departamento ou que pessoa ocasionou o problema? E se foi o cliente? O cliente é o culpado ou fomos nós que não soubemos instruir o cliente como fazer a coisa certa? O cliente, a partir de hoje, deve se preocupar com sua atividade fim e deixar para que nós os gráficos, passemos a nos preocupar com o fornecimento e a logística dos serviços impressos, sejam eles impressos comerciais, publicitários ou mesmo de embalagem. Hoje em dia, a tendência dos clientes é deixar nas nossas mãos aquilo que não é o seu negócio. Por este motivo temos que nos transformar não só em bons fornecedores de impressos e sim também em ótimos solucionadores dos problemas do cliente e gestores de material impresso.
Para isso, necessitamos cada vez mais, de pessoas em nosso time de trabalho, que vistam a camisa da empresa e que sejam portadores de conhecimento tecnológico e do mercado como um todo. O novo cenário de negócios exige sem dúvida alguma a transformação do perfil do profissional que milita no ramo gráfico. Temos que investir em nosso pessoal, para habilitá-lo a ser um profissional do futuro. E o profissional do futuro deve ter, além dos conhecimentos necessários em sua área de atuação, um banco de dados atualizado e confiável, para que nossa gráfica possa sobreviver no futuro. Este é o desafio da transformação.
* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)