O que desejamos para o gestor da nossa gráfica
Thomaz Caspary ( In memoriam )
Uma gráfica bem-sucedida deve focar, principalmente, no fator humano, em particular, no perfil do gestor que sabe integrar objetivo, ação e resultado. Nesta perspectiva, gostaria de decodificar neste artigo o “código de acesso” a este perfil do gestor tão cobiçado hoje em dia, apresentando “os Mandamentos do Gestor Integrado”.
Um gestor com visão empreendedora zela pelo princípio de colocar o ser humano em primeiro lugar, ou seja, ele cria condições para a expansão pessoal e o crescimento dos membros do time, forma equipes coesas e comprometidas com as diretrizes estabelecidas e estimula-os para encarar dificuldades como desafios ou limites a serem superados. O gestor integrado forma colaboradores empreendedores.
O gestor deve agregar valor, priorizando o que realmente faz a diferença na condução do negócio: equipe capacitada e motivada, organização fluida, serviços e produtos diferenciados, conhecimento compartilhado, investimento com benefício maior que custo. O gestor integrado agrega valor através da sua conduta focada em negócios.
Evidentemente, ele precisa se preocupar com resultados. Para isso, deve agir focando produtos e serviços mais rentáveis, eliminar atividades ou pessoas que não agreguem valor, bem como incentivar inovação e mudança. O gestor integrado concentra-se, sob pressão constante, na busca de resultados através de pessoas lideradas por ele.
No mundo de hoje, pouco adianta a técnica, se não houver no gestor a constante busca de excelência. A meu ver, existem três excelências-chave: excelência comportamental, que busca formar uma equipe de talentos e líderes, excelência gerencial, que busca avançar na gestão corporativa com suporte da tecnologia de informação e excelência operacional, alinhando propósito, pessoa e processo. É através do equilíbrio destas excelências que o gestor integrado supera seus limites e ajuda os outros no mesmo propósito.
Como o gestor, sozinho, não consegue chegar aos resultados esperados, precisa do apoio da sua equipe. Este apoio é resultado de uma liderança que exige do gestor que ele pratique o que prega, que derrube barreiras entre ele e sua equipe, que busque o feedback sobre sua performance sem medo de críticas. Ele deve ser visível quando as coisas vão mal, invisível quando as coisas vão bem, e, principalmente, precisa saber delegar, na proporção de 10% direcionando e corrigindo e 90% do tempo dando autonomia, espaço e responsabilidade aos membros da equipe. Assim, o gestor integrado torna-se o facilitador para alcançar o sucesso.
O gestor pode – e deve - aplicar liderança situacional, ou seja, variar o seu estilo de liderança conforme requer a situação. Falaremos de cinco variantes: o estilo visionário, propício para o momento de mudanças no rumo dos negócios; o estilo conselheiro, para quando os funcionários precisarem ser conectados às metas da companhia; o estilo agregador, quando o processo de gestão ou relacionamento requer uma “oxigenação”; o participativo, quando contribuições de cada um devem ser valorizadas ou estimuladas e, por fim, o estilo enérgico, quando é preciso “puxar a orelha” daquele que compromete o resultado esperado. O gestor integrado é “bússola, remo e capitão” conforme contingência da situação e maturidade da equipe.
Desafios crescentes e condições adversas exigem do gestor autoestima e autoconfiança. Espera-se dele que prove ter coragem de quebrar paradigmas, ambição de propor objetivos e padrões de desempenho distendidos, bem como capacidade de pensar além nas competências, habilidades e posturas vencedoras. Aceitando isso, o gestor integrado não faz parte de um problema; ele entende que deve fazer parte da solução.
É preciso reforçar que a gestão dos outros, porém, começa com a gestão de si próprio. Pergunte ao espelho: como estou me saindo como pessoa e profissional de vanguarda? Tenho espírito empreendedor? Afinal, excelência pessoal significa 20% conhecimento e 80% postura. Qualidade pessoal gera qualidade profissional. O gestor integrado sabe que o principal fator de sucesso – ou fracasso – é ele mesmo.
No seu dia-a-dia o gestor dirige seu trabalho como se estivesse sentado numa cabine de comando, interagindo com os subordinados, colegas e superiores, mantendo sempre a visão total do “painel de controle”. É este raio de ação que faz o Gestor Integrado assumir a responsabilidade pelo todo. À frente do painel de controle, o gestor deve estar sempre atento, monitorando os sete comandos-chave da sua área de atuação, tais como, objetivos ousados; estratégia com foco e responsabilidade; prioridades que agregam valor; pessoal ousado, atuante e vencedor; produto ou serviço diferenciado; processo racionalizado e cliente satisfeito (externo ou interno).
O gestor integrado é o líder, pronto para decolar rumo à liderança de fato. Todo líder é um gestor, mas nem todo gestor é um líder. O líder consegue que a equipe seja o espelho da sua gestão, conquista seguidores, faz com que seus liderados se expandam, ajuda o negócio a crescer e, por fim, faz a empresa vencer.
RESUMINDO:
Os DEZ mandamentos do gestor integrado são:
- Forme colaboradores empreendedores;
- Agregue valor através da sua conduta focada em negócios;
- Concentre-se, sob pressão constante, na busca de resultados através de pessoas;
- Supere seus limites e ajude os outros no mesmo propósito;
- Torne-se o facilitador para alcançar o sucesso;
- Varie o seu estilo de liderança conforme requer a situação;
- Não faça parte de um problema; entenda-se como parte da solução;
- Saiba que o principal fator de sucesso ou fracasso é você mesmo;
- Assuma a responsabilidade pelo todo;
- O comandante é você – esteja pronto para decolar;
Enfim, seja mais que um simples gestor. Seja um Gestor Integrado: integrado consigo mesmo, integrado com aqueles estão em sua volta e integrado com o negócio da sua gestão. Os especialistas garantem: qualquer um pode ser um gestor integrado, basta treinar.
* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult.