O que você acha da parceria e conectividade na indústria gráfica nos dias de hoje?
Thomaz Caspary ( In memoriam )
Ser parceiro é não deixar na mão. É estar pronto para trabalhar em conjunto na hora de revolver problemas assim como na hora de receber elogios. Quando o assunto é apoiar um cliente em todas as suas necessidades na área de mídia impressa, você precisa ter isso em mente. Infelizmente, a área comercial das nossas empresas está sob risco de ficar na contramão do esforço em modernizar suas estruturas. Ainda há entre nós um forte apego à noção de que a abordagem humana no gerenciamento da força de vendas é o fator preponderante.
Predomina, em grande parcela dos donos de gráfica, o ceticismo em relação à utilização da tecnologia da informação para se conquistar novos patamares de eficácia. Além do mais, ao adotarmos o conceito de Qualidade Total, torna-se impossível obter o equilíbrio de eficiência se alienar a área de vendas do processo. A Informatização da equipe de vendas está se tornando uma necessidade.
É preciso escolher um conceito comercial capaz de ir além da entrega com qualidade, de trabalhar ao seu lado nos deadlines apertados, nos orçamentos urgentes e no que mais for preciso.
Informatizar a Força de Vendas tem representado um aumento de vendas de 30 a 40%, com retornos sobre o investimento da informatização quase sempre ultrapassando os 100%." No Brasil, apesar de poucas gráficas principalmente pequenas e médias, estarem utilizando este processo, os resultados são muito animadores.
Basicamente a computação móvel permite ao vendedor acessar, manipular, processar e transmitir informação praticamente de qualquer lugar. Esta tem sido a grande jogada que impulsionou a nossa área. Um dos grandes responsáveis pela expansão da computação móvel tem sido o avanço na área da conectividade. Hoje o sonho virou realidade - pode se conectar quase tudo.
Também os controles da gestão comercial, estão hoje bem mais sofisticados, de tal forma que podemos a qualquer momento, traçar novas metas de venda, sem sacrificar o profissional de vendas, atendendo melhor nossos clientes e podendo abraçar um universo bem maior do mercado, fugindo assim dos famosos pedidos “pescoço de galinha”.
O banco de dados da empresa gráfica conectado ao parceiro e diversos programas de gestão como o CRM entre outros, permitem ao gestor comercial e ao dono da gráfica ou do grupo formado pela parceria, traçar as políticas de venda, sempre em consonância com o mercado e interligação dos programas de gestão com os relatórios de produção, PCP, Rentabilidade e diversos outros relatórios hoje disponíveis em diversos fornecedores de programas de gestão gráficos.
Tudo isto não se trata de ficção, exercício de futurologia ou uma cena ocorrida na Europa. Está acontecendo agora mesmo entre nós. E o investimento total pode ser muito menor do que se imagina. Esta tecnologia permite integrar os instrumentos que o vendedor usa no seu dia a dia. E muito mais: informatizar e sistematizar o seu uso.
Veja por exemplo o Grupo Abril e os acionistas controladores da gráfica Log & Print fecharam um acordo envolvendo seus negócios gráficos. A decisão resultará em uma companhia com uma das maiores e a mais moderna estrutura gráfica da América Latina. A transação deve possibilitar a criação de novas oportunidades para o mercado, inclusive por meio da ampliação de serviços, otimização das operações e ganhos de produtividade.
Embora não seja fácil, existem alguns pré-requisitos para um bom relacionamento entre ambas as empresas.
Alguns empresários procuram certos aspectos como se fosse um diferencial, quando na verdade são pré-requisitos. No caso de procurar uma EMPRESA PARCEIRA, ter equipamentos modernos de alta tecnologia não é mais diferencial competitivo, mas sim o básico para sobrevivência. Outro aspecto é o atendimento. Atender bem, com atenção e agilidade é obrigação de toda empresa. Se a gráfica não investe em um bom atendimento, dificilmente ela estará preparada para trabalhar em conjunto oferecendo soluções ágeis e de qualidade. Uma gráfica que não cumpre com prazo, não deve sequer ser considerada para uma parceria. É preciso ter consciência que o trabalho da gráfica é um pedaço de uma cadeia de trabalho que não pode ser quebrada, caso contrário, há um grande atraso na entrega o que compromete o nível de satisfação do cliente.
Checklist para encontrar a empresa parceira
Sugerimos um roteiro de informações para você analisar antes de fechar parceria com a gráfica escolhida. São itens importantes para você tomar sua decisão sem comprometer o nome da sua gráfica, garantindo mais qualidade e satisfação para os seus clientes.
Confira o portfólio da gráfica. Veja quais clientes ela já atendeu e quais produtos ela já produziu para eles. Estas informações você consegue, por exemplo, encontrar no próprio site da gráfica. Esse portfólio vai te dar uma boa referencia da experiência que ela tem. Levante todos os serviços que ela oferece da impressão a instalação.
Depois de descobrir o que a gráfica é capaz de fazer e o que ela atende, é hora de olhar de perto os materiais que ela já fez. Esta análise você não vai conseguir fazer através do portfólio do site, por exemplo. Será preciso você agendar uma reunião com um representante da gráfica para você visualizar algumas peças que ela já entregou. Veja o acabamento de perto, pergunte quanto tempo ela levou para terminar o serviço. Analise tudo com cuidado.
Falamos acima que o compromisso com prazo é pré-requisito para uma gráfica parceira. Mas compromisso com cliente também é importante e se refere à disponibilidade que a gráfica e seus funcionários apresentam na hora de ajudar você a solucionar um problema. Infelizmente, este aspecto você só vai conseguir analisar ao fechar algum trabalho com ela.
Fique de olho no tempo que você demora em ser atendido e quanto tempo a gráfica demora em te apresentar uma solução. Veja também se, um dia que for necessário, ela estaria disposta a entregar algo com um prazo muito curto ou se a gráfica é capaz de entregar um orçamento importante imediatamente. Tudo isso vale muitos pontos e vai ajudar você a fazer o seu trabalho melhor.
O que podemos afirmar, baseados em nossa experiência, é que a implantação da Gestão Comercial e seus programas de TI, além da busca por parcerias com conectividade, para a redução de custos e aumento da produtividade, devem ser coordenados por profissionais profundamente habilitados conhecedores do mercado, das tecnologias gráficas e com visão de futuro. Acima de tudo, o coordenador da área comercial deve ter experiência em lidar com vendedores e principalmente com processos de mudanças culturais. É neste tipo de profissional que as empresas devem investir ou buscar em parceria com empresas de consultoria ou Coaching especializadas nesta área.
* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult.