Reerguendo sua empresa em função dos tempos difíceis em um mercado incerto.
Thomaz Caspary ( In memoriam )
Nosso mercado está suscetível a grandes variações de acordo com o atual momento vivido pela economia e pela sociedade. Por esta razão, é preciso estar preparado. Nesse contexto, o PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO e o PLANO DE NEGÓCIOS, são fundamentais para garantir a sustentabilidade da empresa.
A estratégia é e sempre foi um dos grandes diferenciais em tempos de crise, uma das grandes certezas das empresas é que tudo muda o tempo todo, e nesse cenário de mudança contínua planejar estrategicamente é muitas vezes a única alternativa para não ser pego de surpresa e comprometer resultados.
Antecipar o futuro e tratá-lo de forma estratégica tem sido uma das maiores forças de empresários inteligentes, que agindo dessa forma preparam as empresas para aquilo que o mercado pode trazer de novo, de radical e muitas vezes de surpresa. As empresas, independentemente de seu tamanho, estão ao longo dos tempos cada vez mais preparadas para o futuro, cada vez mais planejam e agem vislumbrando aquilo que pode vir a acontecer.
Agir estrategicamente é traçar ações programadas a fim de sair de uma situação atual em busca de uma situação desejada, estabelecendo metas bem definidas de acordo com o objetivo almejado. Empresas que agem dessa forma conseguem melhores resultados e largam na frente. O objetivo principal é demonstrar o quão vantajoso é planejar e traçar estratégias e analisar as variáveis que o mercado nos apresenta, agir estrategicamente olhando para a situação e verificando constantemente os caminhos traçados. Quais são nossos riscos? Se não fizermos quais resultados teremos? Com o planejamento estratégico essas perguntas poderão ser respondidas e os riscos da organização reduzidos.
Os novos consumidores são fortemente centrados em si mesmos e desejam que os produtos e serviços que requerem não sejam padrões e massivos, pelo contrário, buscam adquirir bens e serviços personalizados e que reflitam suas necessidades e desejos cabalmente. Empresas abrem e fecham, concorrentes disputam a atenção dos seus clientes para se manterem no mercado e em crescimento, avanços tecnológicos são cada vez mais evidentes, exigindo assim, que as empresas se remodelem.
Diante de tantas mudanças e influências, é necessário que as empresas façam um bom planejamento de mercado, para terem suporte nas tomadas de decisão.
O planejamento tem como objetivo proporcionar bases necessárias para manobras que permitam que as empresas naveguem e se perpetuem mesmo dentro de condições mutáveis cada vez mais adversas em seu contexto de negócios.
O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, que é o cerne desse artigo é uma metodologia de planejamento gerencial de longo prazo, criada nos Estados Unidos em meados de 1960. Sua principal funcionalidade é estabelecer a direção a ser seguida pela empresa. Assim, é necessário que as empresas tenham gestores e líderes preparados e alinhados com as necessidades de cada negócio e suas especificidades.
Já o PLANO DE NEGÓCIOS é a metodologia administrativa que tem por finalidade otimizar as ações da área comercial a fim de gerar resultados, ou seja, é um planejamento focado em atingir um objetivo específico no setor comercial.
Existem várias formas de se fazer o planejamento estratégico da empresa.
Um exemplo é a sequência mostrada abaixo:
1 - Definição da Visão e Valores;
2 - Análises externas (identificação das ameaças e oportunidades);
3 - Análises internas (identificação dos pontos fortes e fracos);
4 - Missão;
5 - Propósitos atuais e potenciais da empresa;
6 - Estruturação e debate de cenários;
7 - Estabelecimento da postura estratégica;
8 - Resultados a serem alcançados (objetivos funcionais, desafios e metas).
Posteriormente incluímos a fase de implementação da estratégia e posteriormente o controle e avaliação. O processo de planejamento compreende as seguintes funções: planejamento, execução, controle e avaliação. Assim, pode-se avaliar se o planejamento e sua execução atingiram os objetivos traçados pela empresa.
Sabemos que planejar é indispensável para que nossas empresas obtenham resultados satisfatórios no mercado, mas a importância do planejamento vai além de tudo isso, é necessário planejar para o simples fato de permanecer no mercado. Empresas que não planejam não conhecem seus clientes, não conhecem o mercado e tão pouco foram apresentadas para seus concorrentes “não duram muito no pedaço”.
É impossível atuar no mercado profissional hoje sem planejar, e muitas empresas mesmo com toda essa importância ainda se dão ao deslize de não planejar estrategicamente suas ações.
O PLANO DE NEGÓCIOS proporciona vantagens para as empresas, como por exemplo ajuda a administração a adaptar-se às mudanças do mercado, a estabelecer mais precisamente as atividades, auxilia na coordenação entre as várias partes da empresa (Vendas, PCP, Compras, Orçamento e Produção) e tende a tornar os objetivos mais específicos e conhecidos. Além disso, aumenta a eficiência, eficácia e efetividade do negócio e possibilita a coordenação de diferentes pessoas, projetos e ações como por exemplo a aplicação racional (otimizada) dos recursos disponíveis ou escassos; e o aumento da responsividade ao lidar com mudanças.
Pode-se perceber que o planejamento proporciona às empresas uma visão sistêmica a curto, médio e longo prazo, não é que o planejamento dê a capacidade de prever o futuro, e sim a capacidade de minimizar erros, aumentar acertos e principalmente obter melhores resultados para a organização e para todos que fazem parte da mesma.
O PLANEJAMENTO E A GESTÃO DE CRISE
Na discussão entre planejar ou ter capacidade de reação rápida, o fiel da balança pende um pouco mais para a segunda opção quando estamos em momentos de instabilidade. A seguir vou enumerar as principais características desses momentos e algumas dicas de como lidar com elas:
1) Elevado senso de urgência. As necessidades são vitais, as medidas precisam ser tomadas rapidamente e as análises tendem a ser mais superficiais por conta da necessária brevidade que se apresenta. O risco de decisões mal tomadas aumenta e para diminuir esse risco é importante uma constante revisão estratégica e reuniões com periodicidade menor do que o normal.
2) O medo de errar cresce vertiginosamente. Quando o momento pede austeridade e controle, é comum que as escolhas sejam fortemente influenciadas por essa diretriz e o que pode acontecer muitas vezes é optar por soluções mais baratas no curto prazo que comprometem o resultado e a qualidade no médio e longo prazo. O ideal é que se saiba claramente diferenciar as alternativas que podem e devem ser deixadas de lado, daquelas que, mesmo tendo um custo maior, serão soluções mais duradouras e consistentes para o resultado final.
3) A cautela é confundida com paralisia. Vemos muito disso nas pequenas e médias empresas familiares em períodos difíceis. Param-se os investimentos, demitem-se talentos, puxa-se o freio de mão e vamos aguardar os próximos capítulos para ver o que faremos. Como disse certa vez um sábio: “Cautela e canja de galinha, não faz mal a ninguém”. O problema é a total estagnação em nome da precaução. Conforme eu já comentei várias vezes em artigos diversos sobre as empresas que estão ganhando terreno na crise, aqui o importante e recomendado é o equilíbrio.
4) A estratégia se decompõe rapidamente. Principalmente naqueles casos em que o planejamento foi feito de forma a cumprir um protocolo e com pouca ou nenhuma capacidade de inovação, vemos que as diretrizes estão defasadas em relação à realidade e assim acabamos por deixa-las de lado e dar atenção aos incêndios diários que nos rodeiam.
Com base nas características citadas acima, em resumo, o que sugerimos é o seguinte:
Que caso ainda não tenha sido feito, que o PLANO DE NEGÓCIOS seja feito o mais rápido possível, e de forma diferenciada, inovadora, agradável e bem estruturada.
Que o planejamento seja revisado com maior brevidade e com qualidade.
Que o equilíbrio seja a palavra de ordem nas tomadas de decisão.
Que, com um olho no longo prazo e outro no curto, os agentes decisores possam fazer escolhas com cautela, mas sem medo, sempre baseados na estratégia definida.
A nossa experiência com esse assunto tem mostrado que estamos no caminho certo. As referências que recebemos dos nossos clientes certificam os métodos e nos enchem de alegria pelas escolhas feitas. Por isso queremos disseminar esses métodos para que mais empresas possam colher desses frutos.
Para que possamos ter cada vez mais assertividade precisamos muito da sua ajuda. Por favor, comente esse artigo, faça sugestões ou nos passe a sua experiência. Somente de forma colaborativa poderemos crescer mais rápido e com mais resultados em benefício de todos.
* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)