Retendo talentos em sua gráfica. Quais os profissionais indispensáveis para o seu sucesso?
Thomaz Caspary ( In memoriam )
Muitas gráficas querem aproveitar o talento e a inovação da nova geração, mas poucas conseguiram entender como reter esses profissionais. De acordo com a nossa experiência, reter talentos sempre foi muito difícil, mas fazer isso com esse novo perfil demográfico é ainda mais desafiador. Salário e cargo não são suficientes, porque as medidas de sucesso e felicidade são diferentes. Os jovens de valor querem se sentir realizados e causar um impacto positivo. Na verdade, muitos deles querem mudar o mundo – ou pelo menos mudar a vida.
Existem ferramentas e estratégias para conseguir reter excelentes “cabeças” em nossas gráficas. Para isso precisamos seguir algumas normas que eu considero sendo uma das Boas Práticas da Gestão:
Seja transparente. A nova geração de profissionais gosta de honestidade. Diga a eles claramente o que você quer que eles alcancem antes de passar para outro passo mais interessante ou liderar um projeto. Eles são motivados por trabalhar por uma meta maior, ver a oportunidade seguir por um caminho mais significativo e traçar os próximos passos.
Explique os objetivos. Dê contexto aos valores sociais e ambientais da sua empresa. Esses profissionais não vão para frente com modelos de negócio antiquados, que não levam esses valores em consideração. A nova geração quer mudar o caminho do mundo para a sustentabilidade e o bem maior.
Dê oportunidade e desenvolvimento profissional. Os grandes talentos querem crescer – e, mais cedo ou mais tarde, querem assumir algo maior. Eles desejam ser profissionais eficientes e gostam do processo de desenvolvimento. Dê a eles responsabilidade e assista ao seu sucesso. Pode não ser um cenário perfeito, mas eles trarão perspectivas diferentes e novas ideias.
Entenda que essa geração vê a carreira como vida. A nova integração entre trabalho e vida é o novo equilíbrio entre trabalho e vida. Estes novos profissionais são hipercomunicativos. Eles esperam respostas rápidas e podem transitar rapidamente entre vida pessoal e profissional na velocidade de um “twit”. Para eles, a vida é a carreira e a carreira é a vida – e isso pode ser bom para a sua empresa.
Depende só de você dar esta abertura. Se você não aceita este desafio, desista de reter novos talentos e carregue você mesmo o seu mundinho nas costas. Se acha que não consegue, procure um Coach que possa ajudar a você e à sua gráfica a se destacar no mercado com rentabilidade.
Existem alguns tipos de profissional que terão que fazer parte da sua equipe. Vejamos:
O mentor
Como muitas empresas não têm um programa formal de treinamento, o ideal é identificar profissionais com aptidão para desenvolver o talento dos mais jovens. Quem gosta de ensinar deve ser incentivado a compartilhar seu conhecimento com os outros. Esses “professores” da empresa devem ir além de passar aos outros suas habilidades técnicas. A ideia é que ajudem também a propagar a cultura da empresa e seus processos.
O curioso
Nem todo mundo nasce para liderar. Também é essencial ter em seu quadro alguns funcionários apaixonados pelo negócio e sedentos por conhecimento. Eles não se satisfazem em apenas saber o suficiente para cumprir suas tarefas. Querem continuar aprendendo – na empresa ou fazendo cursos.
O faz-tudo
Nos primeiros anos da empresa, seu fundador acumula diversos cargos: de CEO a gerente de recursos humanos – se bobear, até o de secretária e entregador de serviços. Por isso é bom ter mais profissionais multifacetados na equipe. Pessoas que transitam em diferentes setores da empresa são muito valiosos para ajudar a desafogar a agenda dos empreendedores. Assim, sobra mais tempo para se dedicar ao planejamento de estratégias.
O desafiador
Ter funcionários que apoiam todas as decisões dos gestores não é nada ruim, mas também é bom contar com alguns que desafiem o status quo e até as direções que a empresa está tomando – e falem abertamente sobre isso. Nem toda ideia é brilhante, então é preciso cultivar uma atmosfera de debate saudável para se certificar de que o negócio tem ideias e estratégias fortes.
Amigo gráfico. Não se feche em seu mundinho e dê abertura para sua empresa crescer em rentabilidade. Não necessariamente o tamanho da empresa se mede pelo número de máquinas ou funcionários e sim pela rentabilidade.
Bons negócios e pense a respeito.
* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)