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Sobreviver exige criatividade do empresário

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Boa parte das empresas gráficas que são abertas no Brasil tem vida curta. Quase a metade delas encerra as suas atividades antes de completar sete anos de existência. Quanto menor a empresa, ou quanto menos o empresário se preocupa com a administração de seu negócio, tanto mais ele encurta a vida da sua gráfica. Podemos ver junto ao IBGE que o índice de mortalidade de empresas com até seis funcionários era mais do dobro do que empresas com mais de 50 funcionários. Entre as principais causas deste fenômeno estão: capacidade empreendedora insuficiente, gestão de marketing quase nula, capital escasso e inexistência de políticas de gestão industrial, financeira e mercadológica.

Arrisco dizer que neste exato momento mais do que reduzir custos fixos é hora de ampliar o leque da qualidade de nossos serviços, de nosso atendimento ao cliente e principalmente do treinamento de nossas equipes através da implantação das boas práticas de fabricação e gestão na empresa. Através das BPF&G, conseguiremos alcançar uma melhoria significativa no atendimento de nossos clientes, na detecção dos reais problemas da nossa empresa e ganhar de “quebra” uma significativa redução dos custos (fixos e variáveis) aumentando a rentabilidade da nossa gráfica.

A “Academia”, como costumo chamar, é um primeiro passo para que o empresário possa ao longo deste ano de 2007 se treinar e treinar todos os seus funcionários. Isso pode ser feito via Internet de qualquer ponto do Brasil, através do Site www.academiagrafica.org.br que abrange vários temas de gestão e tecnologia, indispensáveis para sua empresa, com um custo-benefício muito abaixo de qualquer outro do mercado gráfico.

O maior desafio, no entanto, é o de encontrar e incentivar colaboradores que, de fato, façam a diferença em nossa gráfica. Pessoas que “vistam a camisa”. Um dos problemas que encontramos no empresário gráfico em geral é o fato de querer um “Superman” e pagar um salário minguado. Isso não existe minha gente. Temos que pagar decentemente nossos líderes e funcionários que realmente vistam a camisa da empresa e tragam resultados que evidentemente devem ser constatados, através dos sistemas de gestão existentes nas BPF&G e em cujos relatórios poderemos medir o desempenho de qualquer setor, função ou procedimento, dentro da nossa empresa. Quantos gráficos fazem o seu pós-cálculo? Quantas empresas fazem a pós-venda? Quantos pré-cálculos são conferidos antes de ser enviados ao cliente? Compara-se a Ordem de Serviço com os originais enviados pelo cliente, ou é uma cópia fiel do pré-cálculo, com todos os desvios eventualmente constantes deste?

Temos que - com a máxima urgência - mudar nossos paradigmas, nossos procedimentos atuais e também a forma de enxergar o mercado que realmente muda a cada momento. Estamos atendendo ao mercado certo? Como estamos comprando? Temos uma política de suprimentos? Nossos custos estão corretos? Como está a nossa Produtividade? É grande a devolução ou retrabalho de impressos? Quanto de margem de contribuição nos deixa este ou aquele cliente? Qual a margem de contribuição deste ou daquele tipo de impresso? Você amigo gráfico já fez a curva ABC destes dois itens? Você calcula o seu ganho por meio do Lucro Líquido sobre o Faturamento? Ou já pensou em verificar a Rentabilidade do seu investimento e o retorno do capital investido? Você sabia que a nossa competitividade vem caindo gradualmente em função dos “dificultadores de negócios” entre os quais podemos citar a tributação complexa e exagerada, a legislação trabalhista muito restritiva, a burocracia e ineficiência governamental, nossa própria infra-estrutura (da gráfica) mal elaborada e ineficiente, a falta de acesso ao dinheiro, ou seja, a financiamentos, a corrupção generalizada (inclusive em muitos clientes), a uma força de trabalho não qualificada ou não ética (por vezes por nossa própria culpa). Sabia você que no ranking de competitividade global, estamos em 66º lugar no mundo (Fonte: Fórum Econômico Mundial)?

Nossa economia em 2006 chegou oficialmente a míseros 3% de crescimento enquanto que uma pequena parte de gráficas brasileiras conseguiu chegar a 20% e as mais organizadas ficaram entre 7 e 11% de crescimento? No entanto, a maioria de nossas gráficas, principalmente as pequenas, tiveram um crescimento negativo, com um rombo de caixa “nunca dantes navegado”. Precisamos urgentemente reverter este quadro em 2007, para que possamos sobreviver.

Para tanto, apesar de nossa tecnologia em geral estar avançada temos que tomar uma providência urgente no que diz respeito ao treinamento de todos, inclusive do próprio empresário. Realmente não consigo entender por que muitas gráficas não valorizam devidamente a qualidade de seus serviços e o padrão de seu atendimento ao cliente. E quando falo de cliente, não me refiro somente ao cliente externo da gráfica e sim também ao cliente interno (nosso colega de trabalho). Percebo que a paciência de muitos funcionários, chefes e até donos de empresa, estão chegando ao fim. O nível de Stress é muito alto e com isso corremos o perigo de fazer nossa empresa ruir.

Temos que mudar nossos paradigmas. Temos que mudar nossa cabeça. É hora de repensar a nossa gráfica e as nossas atitudes. Você não está sozinho (a). Podemos ajudar você. Se você tem um problema específico, temos a solução apropriada para este problema. Contamos também com a ajuda da Abigraf Nacional como um todo e suas regionais, assim como os sindicatos de classe, que a qualquer hora podem nos contatar. Contamos com a ABTG e o SENAI, que são o centro tecnológico da nossa indústria gráfica.

Contamos principalmente com você, que neste instante acaba de se informar como estar de bem com o seu próprio trabalho e com sua empresa em 2007. Desejamos a você amigo (a) gráfico (a), um 2007 iluminado, na certeza de que chegará ao final do ano erguendo um brinde ao sucesso da sua empresa.

* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)