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Substituindo na nossa gráfica a teoria pela prática

Thomaz Caspary ( In memoriam )

Durante todo o ano de 2015 publiquei artigos sobre diversos assuntos de gestão, custos e produtividade em revistas, no Facebook, LinkedIn e naturalmente no meu Site. Dei cursos e palestras sobre estes temas distribuindo farto material didático. “Muito bem professor”, me diziam os alunos em geral empresários. Comentários diversos aprovavam as diretrizes emanadas em artigos e palestras. E o que aconteceu? Acredito que ficou na teoria. Nada, ou muito pouco, foi aproveitado em termos de aplicação prática.

Quando falamos em ação, estamos falando em realizar algo novo, por isso vamos procurar nos ater apenas aos resultados. Não importa se estamos falando de uma micro ou pequena gráfica, ou até mesmo de uma empresa de grande porte.

Será que muitas vezes, algum resultado esperado, não foi atropelado pela falta de estruturação de toda a empresa, ou melhor, dizendo, será que etapas não foram puladas? Primeiro, temos que começar, verificando se nossa gráfica tem realizado avanço no que diz respeito em aliar a divulgação dos serviços da empresa com uma tecnologia que proporcione facilidade no atendimento solucionando os principais problemas do cliente. Só que quero aquí falar da tecnologia que precisa ter como primeiro ingrediente a comunicação abrangente no contexto organizacional. Afinal, não podemos nos esquecer de que antes da tecnologia, vem a informação e só temos informação através da comunicação.

Para isso, é fundamental que nos atentemos a dois importantes aspectos, que são o custo e o investimento. Não podemos esquecer que a melhor divulgação de um produto ou serviço, se dá pelo seu colaborador, pois ele é o seu primeiro cliente, a pessoa que terá contato direto com o cliente ou mesmo consumidor final. Por que não investir em oportunidade de carreira e reconhecimento no lugar se só cobrar resultados sem alimentar seu funcionário com informações?

Em nossos trabalhos dentro das empresas, temos observado que os donos das gráficas tem consciência do conceito de Gestão de Pessoas, mesmo ainda priorizando ações voltadas para o atendimento rotineiro focado em atividades operacionais. Diante disso, percebemos a existência de uma lacuna entre teoria e prática quanto a Gestão de Pessoas nas gráficas brasileiras.

Face ao dinamismo do mercado, a capacitação de funcionários torna-se mais evidente e fator diferencial nas empresas no que diz respeito à competitividade. Será que as nossas gráficas estão preparadas para captar, selecionar e manter funcionários competentes? Afinal, é uma relação de mão dupla e da mesma forma que para ser uma empresa excelente é preciso profissionais excelentes, esses quando o são também querem uma empresa assim para trabalhar.

Partindo do discurso de que os donos do negócio são as responsáveis pelo desempenho de suas empresas, os gestores devem se atentar para as mudanças ocorridas nos processos de Gestão de Pessoas, conforme a teoria menciona, de forma a anteverem os problemas, proporcionando aos funcionários o suporte necessário para a execução de suas atividades, para a satisfação e o bem-estar no ambiente de trabalho.

 

A inteligência competitiva

As observações que fizemos em algumas gráficas mostram que o fator fundamental para o sucesso de qualquer operação é o atendimento das necessidades do usuário (interno e externo) de forma clara e sucinta. Em programas bem sucedidos, o interesse costuma partir do tomador de decisão. Este ainda deve fazer com que a empresa atue com base ao conhecimento gerado. Sem apoio do gestor da empresa, as chances de sucesso do programa de inteligência ser realmente efetivo são poucas. Abaixo podemos propor três premissas essenciais para a aplicação da inteligência competitiva que represente importância para o tomador de decisão:

  • Prover treinamento,

  • Mostrar experiências de outras empresas e possíveis ganhos da aplicação,

  • Definir o Líder para supervisionar este trabalho prático.

O Líder deve ser uma pessoa experiente e conhecida na gráfica, diretamente subordinada ao gestor, com influência, credibilidade e transito livre entre os departamentos. Cabe a este profissional ser a interface entre o dono da empresa. Para que as informações coletadas tenham qualidade e o processo seja eficiente, alguns pontos devem ser bem definidos pelo dono da empresa, preferencialmente com a ajuda de um Coach ou consultor conhecedor deste tipo de atividade.

A maioria das gráficas não tem conhecimento dessas técnicas para aplicação prática, normalmente a custo muito reduzido, pois o investimento é quase sempre pessoal. Muitas vezes, já presenciei gráficas, investindo em softwares complexos, sem necessidade, novas tecnologias, se esquecendo do principal: “o ser humano”.

Algumas dificuldades foram encontradas para implantação prática desta técnica:

  • Resistência às mudanças por parte do dono da empresa.

  • Não acreditar que o sistema funcione.

  • Dar prioridade aos problemas imediatos. (Urgente X Importante)

  • Insegurança pessoal.

A tecnologia somente dá resultado, quando aliada à comunicação verbal. E como as empresas se esquecem dela! A automatização das informações, já se tornou tão rotineira que mal nos atenta ao fato de que o ser humano precisa se comunicar; se expressar. Um gerente, por exemplo, pode se expressar com um Bom dia diferenciado. Este Bom dia vem acompanhado de simpatia, e até mesmo de um pequeno diálogo que realize perguntas ao outro, relacionadas à sua vida fora da empresa.

O que é mais interessante, é que posso garantir a você caro dono da empresa, que com apenas um Bom dia desses tenho uma boa notícia a dar: “sua gráfica realizou hoje um grande investimento!” O investimento de saber lidar com o outro, e o que é mais importante, você fez isso através dos seus próprios líderes.

Eu quis dar a você este exemplo, pois fica muito fácil colocarmos os paradigmas na frente das facilidades, partindo do pressuposto, que é costume criarmos entraves nas visões tão mecanizadas que já temos em nosso dia a dia. Por isso, utilizar o ditado: “Nem sempre o que parece, é”, se torna muito pertinente em diversas situações.

Não adianta termos a tecnologia mais sofisticada, sem uma gestão eficaz onde prepondere o respeito às potencialidades e necessidades de cada indivíduo. Esse respeito começa pela simplicidade de saber ouvir, e pelo diferencial competitivo que só aparece quanto aprendemos a interpretar as necessidades internas, como primícias para atingirmos o cliente final.

Por isso, lembre-se da teoria, sempre aliada à prática. Em medicina, costuma-se dizer de que “a clínica é soberana” da mesma forma que na gráfica também a prática terá um peso significativo, havendo embasamento teórico. Quando lhe falarem de custo e investimento, lembre-se que não há custo para reconhecer e valorizar; ao mesmo tempo em que seu funcionário precisa do investimento que lhe agregue conhecimento e desenvolvimento de habilidades, ou mesmo que lhe dê oportunidades.

Está aí a chave para sair da crise nestes próximos anos.

* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)