10 de janeiro de 2014
A hora da verdade está chegando
Alfredo Schmitt
A indústria de embalagens flexíveis está alerta com a entrada, no mercado, de produtos que serão fabricados a partir do shale gas dos EUA, insumo barato e abundante. A indústria de transformação plástica brasileira gera mais de 350 mil empregos diretos no Brasil, conta com mais de 11 mil empresas e busca respostas aos desafios que virão.
A hora da verdade está chegando. De um lado, o setor acompanha a indústria petroquímica americana renascer, baseada no shale gas. Isso deverá tornar a indústria de transformação local muito competitiva. De outro lado, o nosso padrão de competitividade carece de renovação. O governo sinaliza com mais apoio à competitividade nacional, mas há também fatos já conhecidos, como a recente “lei do caminhoneiro”, e que eu vou resumir por custo Brasil, que devem ser solucionados. Precisamos inovar em aspectos como educação e gestão. A presença da Petrobras, ao lado dos demais elos da cadeia produtiva, participando verdadeiramente de um projeto para tornar a indústria de transformação plástica brasileira competitiva, é crucial. Embora seja uma empresa de óleo, entendo ser indissociável de sua missão o fortalecimento da cadeia do plástico.
É preciso um entendimento rápido para chegarmos ao óbvio: sobreviver, crescer e perpetuar. Em 2011, o setor de embalagens plásticas flexíveis teve um déficit comercial de 58 mil toneladas, o equivalente a US$ 357 milhões. É crescente o número de importados nas gôndolas, embalados no exterior, afetando vários segmentos produtivos brasileiros. Este novo cenário exigirá de nossa cadeia produtiva a capacidade de se articular, se não quisermos ver a desindustrialização que tanto alertamos se espalhar no seio de uma indústria genuinamente brasileira.
* Alfredo Schmitt, Presidente da Associação Brasileira de Embalagens Flexíveis (Abief)