04 de maio de 2015
Balança comercial da indústria gráfica tem déficit de US$ 49,6 milhões no primeiro trimestre
Impressão de livros no exterior é um dos itens que mais contribuíram para o saldo negativo. Maior parte da importação vem da China
Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), a balança comercial de produtos gráficos fechou o primeiro trimestre de 2015 com déficit de US$ 49,6 milhões. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional), embora negativos, os números apontam tendência favorável à retomada do mercado, pois os movimentos de reconquista não aconteciam desde 2010.
O saldo negativo resulta de exportações de US$ 63,3 milhões, referentes a 22,3 mil toneladas de materiais impressos, e importações de US$ 111,8 milhões, relativas a 18,2 mil toneladas. Comparado ao mesmo período de 2014, o déficit comercial caiu 9%, as importações, 5,1%, e as exportações, apenas 1,6%. “A subida do dólar impactou positivamente o resultado da Balança Comercial da indústria gráfica no período. O real depreciado é bom para os exportadores brasileiros, porque ‘barateia’ nosso produto no mercado externo. Mas não podemos nos ater somente às flutuações cambiais, porque estas estão atreladas a outros fatores, muitos deles imponderáveis. O que o nosso setor tem buscado consistentemente é o ganho de competitividade”, explica Levi Ceregato.
Os principais mercados compradores dos produtos gráficos brasileiros foram Estados Unidos (14,9%), Venezuela (11%) e Uruguai (9,3%). Os maiores fornecedores são a China (25,1%), Estados Unidos (19,4%) e Suíça (10,7%).
O que vendemos
Dentre os principais produtos gráficos exportados, concentram-se embalagens, com 43,5% das vendas; cartões impressos, com 27,7%; e impressos promocionais, representando 9,9% do total. Em relação ao mesmo período do ano passado, as variações foram de 3,5%, -5,4% e 2,6%, respectivamente.
O segmento de embalagens exportou US$ 27,1 milhões (18,1 mil toneladas) e o de cartões impressos, US$ 17,2 milhões (126 toneladas). Países do Mercosul foram os principais compradores de ambos os segmentos, dentre os quais destacam-se Venezuela (20,6%), Uruguai (17,4%) e Bolívia (10,2%), seguidos dos Estados Unidos (9,4%) e México (8,7%). Com vendas externas correspondentes a US$ 6,2 milhões (360 toneladas), impressos promocionais tiveram México (18,2%), Chile (17,9%) e Peru (17,1%) como principais compradores.
O que compramos
Produtos editoriais (como livros, revistas e periódicos), cartões impressos e embalagens lideraram as importações de itens gráficos, respondendo, respectivamente, por 40%, 24,3% e 16,8% do total importado. Comparado ao primeiro trimestre de 2014, houve aumento nas importações dos itens editoriais (12,3%) e de cartões impressos (13,3%), mas decréscimo na compra de embalagens de outros países (-27,6%).
A compra de produtos gráficos editoriais no exterior somou US$ 44,1 milhões (7 mil toneladas) e teve como principais fornecedores China (25,1%), Estados Unidos (18,4%) e Hong Kong (14,9%). O segmento de cartões impressos representou US$ 27,1 milhões (169 toneladas), vindos de Suíça (37,9%), Estados Unidos (22,9%) e França (16,7%). Embalagens foram o terceiro produto do ranking de importações gráficas, com US$ 18,7 milhões (7,9 mil toneladas). China (47,2%), Estados Unidos (11,1%) e Espanha (9,2%) foram os fornecedores predominantes.