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27 de março de 2015

Feira do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha deve proporcionar cerca de US$ 120 mil em negócios imediatos para as editoras brasileiras

Ricardo Viveiros - Oficina de Comunicação

O segmento de livros infantojuvenis é um dos pilares da produção editorial nacional. A maioria das editoras que trabalha com o segmento CYA (Children and Young Adults) tem a preocupação de adequar os conteúdos ao mercado internacional, ganhando cada vez mais visibilidade e força no exterior.

Esses esforços fazem do Brasil um dos destaques na Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha, na Itália, que acontece de 30 de março a 2 de abril. Através do projeto setorial Brazilian Publishers (BP), realizado em parceria entre a Câmara Brasileira do Livro (CBL) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), 23 editoras nacionais participarão da edição de 2015.

Para este ano, estima-se a realização de negócios imediatos em torno de US$ 120 mil, e de mais US$ 280 mil nos 12 meses seguintes ao evento, somando-se o auferido com direitos autorais e livros impressos.

“Desde que começamos nossa participação em Bolonha, computamos números que demonstram crescimento de vendas. O editor brasileiro está cada vez mais bem preparado e há uma mudança do posicionamento estratégico utilizado pelo grupo de empresários”, afirma o presidente da CBL, Luís Antonio Torelli. “Um importante diferencial para a realização dos negócios é a possibilidade das empresas obterem a bolsa tradução subsidiada pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN)”, completa Torelli.

A Feira Internacional do Livro Infantil e Juvenil de Bolonha é o maior evento mundial em negócios e em valor conceitual e simbólico para o segmento infantojuvenil. Organizada há 50 anos, é formadora de tendências editorais e de imagem para os CYAs. O Brasil é visto como uma potência emergente nessa produção, com autores e ilustradores reconhecidos mundialmente. Na última edição, Roger Mello foi o vencedor do prêmio Hans Christian Andersen, o principal reconhecimento de ilustração literária. Neste ano, as indicadas são Marina Colasanti e Ciça Fittipaldi.

“É fundamental ter uma boa participação na Feira de Bolonha. O segmento é extremamente competitivo, com concorrentes fortes como México, Colômbia, Canadá, Portugal, Argentina e Coreia. Entram nessa lista ainda os líderes de mercado EUA, França, Inglaterra e Alemanha”, analisa Torelli. Isso sem falar no papel desempenhado pela literatura infantojuvenil na criação do hábito de leitura. Hoje, no Brasil, a média de leitura entre os adultos é de 1,3 livros por ano, bem abaixo da dos jovens, correspondente a 3,3. “A boa literatura oferecida à infância e à juventude tende a consolidar o hábito de leitura nas demais fases da vida. Ou seja, o futuro é promissor – acredito que as novas gerações serão mais ‘leitoras’ do que aquelas que as antecederam”, conclui Torelli.

Neste ano, outro destaque serão as obras em formato digital, nicho no qual o Brasil já possui importantes iniciativas. “As editoras apresentarão projetos comerciais tanto para livros impressos como digitais. Nos dias atuais, as empresas brasileiras já têm seus contratos atualizados, podendo propor ou não a venda de direitos autorais para os diferentes formatos”, explica a gerente executiva do BP, Dolores Manzano.

“O Brasil está passando de país comprador de direitos autorais para vendedor de conteúdo. Um evento deste porte oferece inúmeras oportunidades, e temos que aproveitá-las todas”, afirma Manzano. “O trabalho do BP tem promovido a bibliodiversidade do nosso mercado, inserindo também as pequenas editoras e as editoras independentes em feiras no exterior, com treinamento especial para cada evento”.

 

Editoras a todo vapor

Há poucos dias do início da Feira de Bolonha, as editoras estão com tudo pronto. Dentre as 23 empresas integrando a equipe de representantes brasileiras, muitas estão com estratégias montadas.

A Editora FTD apresentará 50 títulos em seu novo catálogo internacional. Reúne autores que começam a se destacar na literatura infantojuvenil brasileira e nomes consagrados, como Tatiana Belinky, Ana Maria Machado, Heloisa Prieto, Flávia Savary, Menalton Braff e Lia Neiva. “Iremos à Feira com o intuito de prospectar novas obras para aquisição de direitos e oferecer os títulos que selecionamos para o catálogo internacional 2015”, informa a diretora de Projetos Especiais e Literatura, Ceciliany Alves Feitosa.

A editora Mar de Ideias afirma que o segmento infantojuvenil tem um público crescente e merece investimento. “Ainda que tenhamos que disputar a atenção de crianças e jovens com internet e televisão, o número de leitores aumenta”, explica a sócia-diretora Daniella Riet. Criada em 2005 e presente pela segunda vez na Feira, a editora está colhendo frutos da primeira participação. “O projeto BP foi essencial para nosso preparo e profissionalização, entramos em contato com parceiros importantes. Nesta edição, pudemos incluir no catálogo alguns autores iniciantes”, explica Daniella. “Acreditamos que temos fortes chances com títulos como ‘O casamento entre o céu e a terra’, de Leonardo Boff; ‘Bichos-Papões de Escola’, de Sônia Travassos e Thais Linhares; e ‘Excursão ao Parque do Terror’, de Emerson Machado e Felipe Campos”, complementa Daniela.

A Editora Cortez tem trabalhado dentro e fora das feiras. Nos últimos quatro anos, vem realizando reuniões com editores interessados na compra de direitos ou no contato com autores brasileiros. “Sabemos que é difícil vender conteúdo quando se tem uma imagem consolidada de comprador. Mas estamos atuando para sair dessa posição e sermos vistos como fornecedores”, explica o diretor da Cortez, Antonio Erivan Gomes. Iniciada em 2004, a biblioteca infantojuvenil da editora dispõe de cerca de 360 títulos, com alto potencial de tradução. “Este é o quinto ano seguido que participamos da Feira e nosso foco é a venda de direitos e o relacionamento com os editores internacionais”, afirma.

Para a Jujuba Editora, a Feira de Bolonha é a principal porta de entrada da literatura brasileira no mercado internacional. “Este ano, notamos um interesse maior por parte das empresas estrangeiras nos nossos produtos”, explica a representante Daniela Padilha. “Nesta edição, trazemos a ‘Coleção Carimbo’, da artista plástica Renata Bueno, e títulos como ‘Menina Amarrotada’, de Aline Abreu, e ‘E agora, papagaio?’, de Gilles Eduar”, pontua. Em sua quarta participação, como editora de pequeno porte, a Jujuba vê no BP sua principal ferramenta de trabalho nas feiras internacionais. “É o único órgão atualmente que nos dá condições concretas de participar de eventos desta amplitude”, afirma Padilha.

Outras editoras seguem a mesma linha de investimento, apostando também em agentes para intermediar as negociações. “As expectativas são mais de troca de informações e conhecer novas tendências de mercado”, explica o diretor da Fama Educativa, Faruk El Khatib. “Nós iremos disponibilizar apenas direitos, não livros físicos”, explica a representante do Grupo Autêntica, Ludmila Ribeiro. “Trata-se de um segmento muito promissor, que vem mostrando um número de vendas alto nas principais bienais do Brasil”, completa.

Também estarão em Bolonha, através do BP, as editoras: Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, Biruta, Callis, Cia das Letras, Cosac Naify, Dedo de Prosa, Editora do Brasil, , Fama Educativa, Girassol, Global, Mauricio de Sousa, Pallas Positivo, Rovelle, Silva Cesar Ribeiro Editora, Todolivro e Vale de Letras.