06 de outubro de 2015
Indústria gráfica posiciona-se contra aumentos de impostos
Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação
A Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional) e 30 sindicatos do setor divulgam Carta Aberta à Nação repudiando o aumento de impostos e a transferência de mais recursos privados ao governo, em especial a CPMF e redução dos repasses ao Sistema S. O documento foi aprovado no 16º Congresso Brasileiro da Indústria Gráfica (Congraf), encerrado neste final de semana, no Rio de Janeiro. O evento realizou-se juntamente com o 28º Congresso Latino-Americano da Indústria Gráfica e o 22º Theobaldo De Nigris – Concurso Latino-Americano de Produtos Gráficos. Seu tema central foi “A indústria gráfica em (R)evolução: uma agenda (PRO)positiva”.
CARTA ABERTA DA INDÚSTRIA GRÁFICA BRASILEIRA
Reunidos no Rio de Janeiro no 16º Congresso Nacional da Indústria Gráfica (Congraf), os empresários do setor, representados pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf Nacional) e por 30 sindicatos, vêm se manifestar diante da crise econômica instalada em nosso país e da perspectiva de aumento de impostos anunciada pelo governo como parte do ajuste fiscal, inadiável para a recuperação da credibilidade do Brasil.
Composto por 21 mil empresas, sendo 96,9% de micro e pequeno portes, em 2014, o setor faturou R$ 45,8 bilhões e gerou 216 mil empregos diretos. Em 2015, indicadores da Confederação Nacional das Indústrias (CNI) já mostram que, entre janeiro e junho, a indústria gráfica nacional teve queda de 5,1% nas vendas reais, frente ao mesmo período do ano passado, seus postos de trabalho encolheram 5,7%, enquanto as horas trabalhadas recuaram 3,3% e a massa salarial caiu 8,8%.
O setor recusa-se a usar a crise como escudo para a inércia. Não está parado à espera de benesses nem tampouco se exime de cumprir seu papel histórico de gerador de riquezas, tributos, empregos e produtos essenciais à população. Dessa forma, não assistirá passivamente a mais uma tentativa de transferir a conta da má gestão pública para quem produz e gera emprego e renda.
Merece repúdio o aventado aumento de impostos, com destaque para a volta da CPMF. É inconcebível que o País, detentor de uma das mais altas cargas tributárias do mundo, formule uma proposta dessas, em especial quando o governo claudica na tarefa de pôr fim aos gastos desmedidos, ao elevado número de ministérios e à péssima gestão dos recursos públicos.
Também merece repúdio a anunciada redução do repasse de recursos ao Sistema S que, além de ilegal, por contrariar dispositivo constitucional, desestabilizaria um sistema que funciona com sucesso e reconhecimento há décadas.
Mantido pela contribuição de empresas de diferentes atividades, o Sistema S gera educação e formação profissional de qualidade, facilita o acesso à cultura e à arte, apoia a exportação e outras ações de suporte ao crescimento e à manutenção da indústria, do comércio, dos transportes e da agricultura. São serviços de excelência, mas que, com a redução pretendida, ficariam condenados ao encolhimento e ao mesmo efeito nefasto do mau uso de verbas que tanto castiga a educação na nossa “pátria educadora”.
Não! A indústria gráfica brasileira não está disposta a pagar a conta da ineficiência e da irresponsabilidade do Executivo Federal, motivo pelo qual defende a incrementação do nível de atividade econômica, a manutenção do emprego, a redução dos impostos, bem como da taxa de juros, e a flexibilização do crédito destinado à produção.
Os mais de 200 milhões de brasileiros merecem e querem o respeito dos seus governantes. Está na hora de cada um fazer a sua parte!