24 de fevereiro de 2015
Indústria gráfica teve retração de 2% em 2014
Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação
No acumulado de 2014, a indústria gráfica brasileira registrou queda de 2% na produção física em relação a 2013. O cálculo é da Associação Brasileira da Indústria Gráfica, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A queda na produção trouxe reflexos sobre os níveis de emprego e de investimento do setor – com o primeiro recuando 2,4% e a importação de máquinas e equipamentos gráficos diminuindo 17%. “Ainda assim, operamos com margens muito comprimidas. As estimativas indicam aumento de custos de 8% frente a 2013, sendo mão-de-obra e insumos os principais fatores de pressão”, constata o presidente nacional da Abigraf, Levi Ceregato.
Positivamente, houve redução de 25% no déficit comercial do setor, que foi de US$ 204 milhões – resultado de crescimento de 4% nas exportações e encolhimento de 10% nas importações. A depreciação cambial foi o principal motor desse desempenho e promete continuar exercendo seus efeitos ao longo de 2015.
“De maneira geral, o quadro não autoriza otimismos. A depreciação cambial continuará levando à retração no curto prazo e não há perspectiva de aumento da massa real de salário, fator determinante para o desempenho do setor. A projeção é de novo encolhimento para 2015, com recuo de 1,1% na produção”, diz Ceregato.
Como agravantes, ele aponta os riscos de racionamento de água e de energia, além da ameaça de um efeito cascata do descrédito da Petrobras sobre a economia do País. Mas também acredita que a depreciação cambial será positiva no médio prazo, melhorando a competitividade e o potencial exportador da indústria gráfica, desde que o governo mantenha a disciplina fiscal e monetária para não pressionar a inflação.