21 de dezembro de 2015
"Nada substitui um grande anúncio em jornal e revista", garantiu Nizan Guanaes em Summit de Comunicação
Como ele, Luiz Lara e outros grandes nomes da publicidade e do marketing também afirmam que o impresso já não perde espaço para o digital e retoma seu papel de destaque na construção de marcas e de planos de comunicação de maior eficiência e credibilidade
Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação
Cerca de 300 profissionais de publicidade, propaganda e marketing estiveram reunidos no dia 2 de dezembro durante o Summit de Comunicação – A Força da Mídia Impressa, que reuniu alguns dos maiores nomes da propaganda e do marketing na atualidade para mostrar que não se constróem marcas apenas com mídia digital, como provam inúmeras pesquisas e a experiência de grandes marcas mundiais, incluindo o próprio Google. Confira o que eles dizem.
Federico Sader, Nielsen Brasil – “O bom uso do digital começa por não abandonar o offline. Cada meio tem seu valor e o importante é sua utilização dentro de um plano global de mídia”, disse, durante a apresentação “Estratégias eficazes para um cenário de mídia em desenvolvimento”, baseada em pesquisa mundial da Nielsen, na qual se constatou que a mídia impressa permanece estável em relação a 2013 e que um terço das campanhas digitais não trazem retorno.
Sérgio Maria, Google Brasil – “A tecnologia muda tudo e acelerou o processo de fragmentação da comunicação, com novos canais e conteúdos. Mas o papel não vai acabar. O jornal não vai acabar e nunca se precisou tanto de credibilidade na notícia. O desafio é aprender a entregar conteúdo nos diferentes formatos – impresso, desktop, mobile”, afirmou durante a apresentação “Não se constrói uma marca apenas com mídia digital”.
Michel Péroni, consultor de marketing de varejo, França – “O papel é uma mídia muito forte para anunciantes e o crescimento de sua utilização acompanha o PIB. No Brasil, o consumo anual de papel é ainda de 55 kg por habitante, enquanto na França chega a 170 kg por habitante apenas em comunicação não dirigida, como folhetos promocionais. 90% da população francesa encara a leitura desses folhetos como um monento de lazer. Lá, a tiragem média é de 8 milhões de exemplares de 36 página cada; aqui, gira em torno de 4 milhões de exemplares com apenas 8 páginas. E sabe-se que, como vetor de comunicação, o papel gera mais tráfego em lojas do que a própria TV, a um custo cerca de dez vezes menor”, ensinou na palestra “A mídia impressa como estratégia de vendas”.
Jacques Claude, Gutenberg Networks, França – “A comunicação eficiente deve ter uma base estruturada, como catálogos, e ser complementada por outras mídias. Estudos e pesquisas mostram que a mídia impressa é o principal recurso de marketing das empresas, consumindo de 50% a 70% do orçamento global de comunicação. Ela ainda é a ferramenta mais eficaz para a comunicação B-to-C (empresa-consumidor) e muitas empresas que tinham parado de imprimir catálogos, por exemplo, voltaram a fazê-lo a partir de 2013, pois ele aumenta o tempo passado nas próprias lojas online, o valor do ticket médio e o tráfego interno. Não existe mais conflito entre o impresso e o digital. Existe uma complementaridade, com o catálogo no centro das estratégias”, disse ao discorrer sobre o tema “Print & digital: a new deal”.
Luiz Lara, Lew Lara/TBWA – “A mídia impressa não é apenas um pilar da democracia. Ela é a democracia. É a mídia de maior credibilidade e pauta todas as outras. Jornais inspiram uma maior confiança e a transferem inclusive para os anúncios. O jornal vale como documento. Na crise, é papel das marcas manter sua conexão e cumplicidade com o consumidor, tendo em mente que as escolhas dele serão feitas com base na força das marcas que ele conhece, respeita e confia”, declarou na palestra “Agências e anunciantes não devem desprezar a força da mídia impressa”.
Nizan Guanaes, Grupo ABC – “Não dá para ter um país sem jornal e revista. E é imprescindível que essas vozes tenham credibilidade e responsabilidade. E, com todo respeito ao banner, nada substitui um grande anúncio em jornal e revista. E o fato é que a circulação impressa de jornal aumentou 16% nos últimos anos e a imprensa quintuplicou seu poder de comunicação com o digita. A mídia impressa é hoje uma das melhores oportunidades de mercado e, globalmente, alcançam uma receita maior do que as indústrias de música e de educação. Seu desafio é se modernizar e se flexibilizar para novas soluções, como anúncioas de todos os formatos. O impresso tem apelo sensorial e o ser humano é guiado por tiques, emoções e sensações”, frisou ao encerrar o evento com o tema “Na mídia impressa, ser criativo é ainda mais importante”.
Andrea Costa, Grupo Abril, e Marjorie Fryszman, Correios – Foram as expositoras do painel “A Comunicação Impressa em Números”, mediado pelo jornalista Paulo Macedo, editor da PropMark, no qual se apresentaram métricas e cases ilustrativos da eficiência da comunicação impressa.
O Summit de Comunicação – A Força da Mídia Impressa foi promovido pelo jornal PropMark, com patrocínio da Associação Brasileira da Indústria Gráfica (Abigraf), Associação Brasileira de Empresas com Rotativa Offset (Abro), Associação Nacional de Jornais (ANJ), Sindicato das Indústrias Gráficas no Estado de São Paulo (Sindigraf-SP) e Two Sides Brasil. No mesmo dia, aconteceu o lançamento da revista Print Power, porta-voz mundial da eficácia das mídias impressas nas estratégias de marketing, propaganda e publicidade das mais diferentes empresas. Na edição de estreia, o destaque é a entrevista com o inglês Martin Sorrell, o publicitário mais poderoso do mundo, que explica por que a construção de uma marca forte precisa do impresso, mesmo quando o negócio se alicerça no marketing digital, como Apple, Google, Facebook, Uber, Net-a-Porter e tantas outras.