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01 de outubro de 2015

O raio-X da indústria gráfica brasileira

Conheça os principais indicadores, demandas e projetos do setor

Ricardo Viveiros & Associados – Oficina de Comunicação

Os indicadores

Composta por 21 mil empresas, a indústria gráfica brasileira é representada pela Associação Brasileira da Indústria Gráfica, que possui 22 sedes regionais e completou, neste ano, 50 anos desde sua fundação, em 1965.

O setor faturou, em 2014, R$ 45,8 bilhões, mas sua produção física decresceu 2% em relação ao ano anterior – ainda assim, foi uma performance melhor do que a média da indústria de transformação, que registrou queda de 4,3% na mesma comparação. Para 2015, porém, há previsão de que o quadro se inverta, com a produção gráfica decrescendo 7,5%, enquanto a indústria de transformação pode diminuir 5% -- a exceção será o segmento de embalagens impressas, no qual a queda de produção não deve ficar além de 1%.

Em 2014, as exportações do setor cresceram 3,8% e as importações diminuíram 10%, mas ainda restou um saldo negativo de US$ 204,2 milhões. A expectativa é de que a alta do dólar favoreça em médio e longo prazos as vendas externas do setor, embora de imediato penalize a compra de insumos e a realização de investimentos em equipamentos gráficos (em 2014, houve queda de 17% em relação aos investimentos feitos em 2013). Estados Unidos, Venezuela e Uruguai foram os principais compradores do produto gráfico nacional, participando, respectivamente, com 13%, 11% e 10% das exportações do setor. Na outra ponta, China, Estados Unidos e Suíça responderam, respectivamente, por 24,8%, 9,4% e 7,6% das importações de itens gráficos do País.

O setor gera 216 mil empregos diretos e é composto por 96, 9% de micro e pequenas empresas. Apesar de bastante capilarizado, tem no Sudeste a maior base de empresas – mais de 130 mil indústrias gráficas, que respondem por uma porção superior a 50% do PIB gráfico nacional. Em seguida, vêm Sul, com 44 mil empresas;  Nordeste, 24 mil; Centro-Oeste, 11 mil, e Norte, 5 mil.

Para a formação do PIB gráfico, o segmento de embalagens é o que mais contribui, com 40% da produção, seguido de publicações (29,2%), impressos promocionais (9,8%), impressos de segurança (6,7%), etiquetas, cadernos, pré-impressão, cartões e envelopes (todos inferiores a 5%).

Segundo indicadores da Confederação Nacional da Indústria, no primeiro semestre deste ano, o setor de impressão e reprodução teve queda de 5,1% nas vendas reais em relação aos seis primeiros meses de 2014 – na mesma comparação, as vendas reais da indústria de transformação caíram 7%. O emprego no setor gráfico, por sua vez, encolheu 5,7%, enquanto as horas trabalhadas recuaram 3,3% e a massa salarial 8,8%.

 

As demandas

Em busca de maior competitividade, principalmente frente aos importados de países asiáticos, a indústria gráfica nacional tem uma pauta de reivindicações que visa corrigir distorções nocivas ao setor. Para defender esses interesses, lançou em agosto a Frente Parlamentar do Setor Gráfico e da Mídia Impressa.

Um dos alvos é o fim do conflito tributário, que onera o produto gráfico nacional com a bitributação de ISS e ICMS. Também são pontos de mobilização do setor o estabelecimento de alíquota zero de PIS-Cofins na impressão de livros – os títulos impressos localmente são onerados em 9,25% frente aos impressos no exterior devido a essas contribuições – e a obrigatoriedade de impressão no País de títulos destinados ao Programa Nacional do Livro Didático e Similares e daqueles beneficiados por subsídios fiscais, como os da Lei Rouanet – a lógica é que o dinheiro do contribuinte brasileiro seja empregado na geração de empregos, renda e tributos no País.

A Abigraf também apoia a criação do Cartão para Aquisição de Material Escolar, em substituição às atuais concorrências públicas, devolvendo ao aluno a prerrogativa de escolher o próprio material escolar e, às papelarias, um público consumidor estimado em 40 milhões de pessoas. E para aumentar a competitividade do material escolar brasileiro, favorecendo simultaneamente a indústria do setor e a educação, a Abigraf defende que os materiais escolares sejam isentos de IPI e tenham alíquota zero de PIS-Cofins.

 

Os programas

Além de promover sistematicamente cursos, seminários e palestras para os associados, a Abigraf mantém várias iniciativas em defesa dos interesses da cadeia da comunicação impressa. Vale citar o projeto Imprint Brasil, o apoio à campanha mundial Two Sides e o patrocínio da feira Escolar Office Brasil. Confira.

Imprint Brasil é um projeto de apoio à exportação promovido conjuntamente com a Apex-Brasil. Descomplicado, o projeto aceita adesões por telefone [(11) 3232 4504] e tem como primeiro passo um diagnóstico gratuito da maturidade exportadora da empresa aspirante e a elaboração de um plano de ação para a inserção dos seus produtos no mercado internacional.

Escolar Office Brasil é a feira oficial do setor. Promovida pela Francal Feiras, privilegia produtos para papelaria, escritórios e escolas. A Abigraf, por meio da regional São Paulo, é apoiadora oficial do evento desde sua origem e tem promovido, desde 2014, seminários educacionais dirigidos a professores e educadores.

Two Sides Brasil integra uma campanha mundial em favor da comunicação impressa, da qual a Abigraf é apoiadora de primeira hora. Presente em inúmeros países de todos os continentes, tem o objetivo de difundir informações acertadas para desfazer mitos sobre a sustentabilidade do papel e da impressão e de combater a prática do greenwashing, que ocorre quando empresas recorrem a informações ambientalmente equivocadas para justificar, por exemplo, a substituição das comunicações impressas pelas eletrônicas. 

Para receber outros conteúdos sobre o megaevento da indústria gráfica, acesse https://www.sendspace.com/filegroup/Gv8m%2BhZlfyKu2Yn%2BUjBqjZSeOVoa97Nx