25 de janeiro de 2017
Você está preparado para um novo modelo de gestão na sua empresa?
Thomaz Caspary ( In memoriam )
A busca por profissionais qualificados da área gráfica está ficando cada dia mais difícil. Essa dificuldade já não está mais restrita a um determinado posto de trabalho, mas permeia por todos eles indistintamente.
No meio gráfico, apesar de todas as dificuldades pelas quais passamos nos últimos anos, podemos afirmar que hoje em dia o rabo é de quem está correndo atrás do cachorro.
O que acontece com nossos empresários, muitos sem noção de “rumo”, é que logo cedo começam a enumerar tudo o que precisam fazer e tudo o que deixaram de fazer nos dias anteriores. Tudo o que poderia ter sido feito e, a cabeça vira um verdadeiro “tsunami” chegando no final do dia exausto, sem ter saído do lugar. Infelizmente falta o APRENDIZADO DA LIDERANÇA, seja do dono da empresa ou dos gestores de departamento. Liderança se pode aprender com um “treinador” que muitos conhecem como “Coach”.
Somente a expertise para o negócio ou, para o setor liderado pelo gestor não garante um bom resultado. É necessário também, além do conhecimento técnico, ter competência comportamental, para trabalhar com sua equipe, seja global no caso do dono da gráfica, ou da equipe comercial, de custos e orçamentos, de PCP, de qualidade e de produção.
As habilidades comportamentais terão que ser bastante valorizadas pela gráfica, além da competência técnica para cada departamento. Por esta razão, está difícil contratar um bom profissional a custo compatível com as possibilidades da empresa e, o empresário precisa avaliar o custo-benefício de um salário melhor, para um gestor com maiores habilidades, ou então, contratar um “treinador” para mudar o “modus operandi” do gestor de cada setor.
Este treinador deverá ter conhecimento técnico da área, habilidade com o trato do treinando (no caso “gestor”) e de seus subordinados e atitude, que é o que falta em muitos casos em donos de empresa e chefes de departamento. O “treinador” conhece isso na prática e orienta cada elemento de como deve agir e o que solicitar de cada comandado.
Tenho visto nas gráficas o desânimo dos donos de empresa e mesmo dos chefes de cada setor, face aos problemas não solucionados, devoluções, desperdícios ou mesmo falta de habilidade para com os clientes. Muitas de nossas gráficas vem imprimindo materiais só para fazer caixa, com preços abaixo de seus custos, (que muitas vezes desconhecem) prejudicando não só a própria empresa que acaba por não ter dinheiro para pagar impostos, fornecedores e por vezes os próprios funcionários.
Muitas gráficas estão praticamente se suicidando. Na verdade a responsabilidade deste fato é do empresário gráfico que tem uma postura anormal e contemplativa (sem se dar conta disso), por pura falta de direcionamento de um Coach. Estes empresários acreditam tratar-se de uma “fase passageira” e quando caem na real, a empresa “já era”.
Se estudarmos os panoramas econômicos brasileiros e mundiais, veremos que esta fase nada tem a ver com “passageira”. A gráfica, não importa o seu tamanho ou especialidade, necessita urgentemente de um novo modelo de gestão! E isso só será possível com a ajuda de um Consultor, Treinador ou Coach (queiram chamá-lo da maneira para vocês mais “amena”), com as características citadas anteriormente, ou seja, conhecimentos da área, habilidade no trato com o treinando e sua equipe além de uma atitude firme para com os objetivos propostos, a fim de colocar a gráfica no caminho certo.
Num contexto mais amplo, “Coaching” tem por finalidade melhorar o desempenho no trabalho da empresa, da equipe ou mesmo do Gestor do Departamento, modificando ou não, as coisas que as pessoas fazem de forma planejada e sob supervisão com a correção dos desvios. O Coach não é um comandante e sim um treinador com conhecimentos e habilidades do setor, do trato com as pessoas e com ensino aos gestores de tomarem atitudes.
O Coach não tomará atitudes e sim as delegará ao gestor do departamento, mostrando a ele os efeitos positivos destas atitudes, sejam técnicas ou comportamentais. O Coaching não é, por exemplo, criticar as pessoas por fazerem algo errado ou mesmo espionar o que cada um faz e depois dedar para um superior. O Coach gera melhoria no trabalho de cada departamento per si e da empresa como um todo, principalmente quando há necessidade de implantação de novos modelos de gestão.
Este “treinador” pode desenvolver novas habilidades entre os funcionários e com isso aumentar a produtividade, reduzindo custos, através de maior know-how seja na área de produção, seja na área de PCP ou mesmo de Vendas, onde geralmente a “roda pega”, não em função do vendedor e sim em função da falta de trabalho em grupo, juntamente com o PCP, Produção e Orçamentação.
Como fazer este treinamento funcionar? – Primeiro o treinador deverá observar os problemas, ouvindo atentamente as partes envolvidas, sempre de forma receptiva. Depois fará um plano de treinamento e o porá em prática em curto espaço de tempo. O “treinador” ou Coach, como queiram, é fundamentalmente um catalisador, ou seja, um elemento que conhece as situações técnicas e comportamentais, estimulando as ações das outras pessoas, no caso, o dono da gráfica ou de algum dos chefes de setor. O Coach tem por objetivo a melhoria do desempenho de cada gestor ou grupo subordinado a este.
Este treinamento não funcionará em empresas gráficas onde as pessoas recebem tarefas, tem pouca liberdade de ação e são punidas por seus erros. Em gráficas onde não exista confiança de um para outro departamento e, esta é uma das grandes tarefas para o Coach. Se os Gestores e principalmente o dono da empresa, não acreditar que funcione. Quando o Gestor de algum setor não quer ser ajudado, nega a existência de problemas ou culpa outros gestores. – Está aí mais uma possibilidade de um Coach intervir para sugerir um novo modelo de gestão.
É grande a distância entre o discurso e a realidade das empresas gráficas, que afirmam valorizar seus funcionários e colocá-los no centro das atenções. Por trás do discurso da “empresa gráfica humana”, existe uma precarização das condições do trabalho, com consequentes prejuízos ao bem-estar e à dignidade das pessoas.
Quando uma empresa deve buscar processos de Coaching?
Uma empresa deve buscar o trabalho de um Coach quando necessita:
- Gerar novos comportamentos e atitudes voltados para resultados.
- Desenvolver a comunicação entre as pessoas, ampliando a sinergia e a confiança.
- Resolver conflitos entre pessoas e/ou equipes.
- Ampliar a produtividade dos colaboradores e das lideranças.
- Aumentar as vendas e consequentemente o resultado.
* Thomaz Caspary ( in memoriam ) foi Consultor de Empresas, Coach e Diretor da Printconsult Consultoria Ltda. (São Paulo - SP)