Gestão da Qualidade: Diferencial Competitivo
Consultor alerta para a importância das normas no setor gráfico
José Carlos Felismino de Souza
Quando olhamos para a história, é possível identificar de uma forma muito clara diferentes fases em relação ao assunto qualidade. Por exemplo, tivemos o período da produção em larga escala (também conhecido como produção em massa), onde o importante era produzir, independentemente do nível de qualidade do produto. Um pouco mais à frente, com a evolução da indústria, passou a ser comum encontrarmos nas empresas os famosos departamentos de “controle da qualidade”, os quais tinham como única função identificar e conter os problemas gerados na produção. Recentemente, por conta de uma série de fatores, principalmente a abertura dos mercados e como consequência o aumento da competição mundial, as empresas se viram obrigadas a criar sistemáticas que focassem não somente na detecção de problemas, mas também na prevenção.
Com isso passou a ser fundamental a definição de padrões e sistemas que fizessem com que estes padrões fossem minimamente seguidos. Se levarmos em consideração estes modelos de administração industrial e mesmo observando fases tão distintas, ainda é comum encontrar nas empresas grandes diferenças em relação à aplicação dos modelos de gestão da qualidade. A experiência mostrou-me que este ainda é um assunto bastante divergente nas empresas e a sua importância numa organização, independentemente do seu produto ou serviço, é diretamente proporcional ao nível de exigência dos clientes.
Em outras palavras, é possível encontrar mercados onde o nível de exigência é muito baixo e, portanto, as empresas somente se preocupam em produzir. Encontramos também níveis médios de cobrança, o que permite que estas empresas apenas contenham os problemas gerados. Finalmente, existem as empresas que enfrentam níveis de exigências altíssimos e por isso enxergaram a gestão da qualidade como um diferencial competitivo.
No ramo gráfico, as tendências mundiais mostram que a cada dia os clientes se tornam mais exigentes, não somente em relação à qualidade do produto final, mas também quanto à pontualidade na entrega, preço competitivo, soluções inovadoras, relacionamento, entre outros requisitos. Ou seja, nitidamente o ramo gráfico começa a encaixar-se na faixa de mercado onde os níveis de exigência são muito fortes, portanto, investir em sistemas de gestão e normalização passa a ser um fator de sobrevivência para as empresas.
Neste contexto, o papel do Organismo de Normalização Setorial (ONS-27) passa a ter muito mais relevância, pois as contribuições que as normas criadas trarão para o setor estão diretamente ligadas à redução do desperdício, definição de especificações, padronização de equipamentos e processos, redução de variações, utilização adequada de recursos, produtividade e segurança entre outros. O ONS-27, coordenado pela Associação Brasileira de Tecnologia Gráfica (ABTG) é no Brasil o “braço” do Technical Committee of Graphic Technology (ISO/TC130 - Grupo de Normalização da ISO - International Organization for Standardization - para o Setor Gráfico), credenciado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), segundo critérios aprovados pelo Conselho Nacional de Metrologia (Conmetro) para elaborar normas técnicas, nacionais e internacionais.
Certamente as definições de padrões claros, sistemas de gestão padronizados, entre outros fatores, terão papel fundamental para que a empresas continuem sendo competitivas em um mercado que a cada dia fica mais exigente e, com isso, facilitem não somente o dia a dia das empresas, mas também atendam plenamente os requisitos dos clientes. Concluindo, gostaria de citar uma das frases de um importante líder empresarial, o qual ajudou a revolucionar a administração industrial mundial, o vice-presidente executivo da Toyota (1975), Taiichi Ohno: “Onde não há padrão, não pode haver melhoria.”
Fonte: http://gestaodaqualidade.wpmu.unis.edu.br - Acesso em 6 de dezembro de 2012.